A PRAÇA É NOSSA – POR Paulo Hummel Jr

Catalão, nos anos 50 e meados dos 60, passava por grandes dificuldades sociais, tais como a escassez de empregos (provocando êxodo populacional), problemas de acesso à educação (escola pública só no ensino primário; o ginásio era particular e não havia o 2° grau na cidade) e de graves deficiências estruturais (não contava com a distribuição de água tratada, não tínhamos esgoto sanitário e nem calçamento nas ruas da cidade).

Mas, nem tudo era ruim. A praça Getúlio Vargas daqueles tempos deixou saudades! Era o grande ponto de encontro da cidade. Durante o dia era o recreio da garotada e adolescentes e, à noite, se transformava no epicentro da vida noturna catalana, principalmente nos finais de semana.

De um lado da praça havia o Cine Real, bastante frequentado, com duas sessões nos fins-de-semana; do outro, existia a sede social do Crac, com seus bailes e outras atrações; o Coreto, onde ainda assisti apresentações da Banda do Sr Frederico Campos, com o bar do Sr Jorge funcionando no térreo; do lado da Av. 20 de agosto havia o Bar e Restaurante do Zé Pedro e do Fued, que depois se transformou no Bar e Restaurante Irapuan; o Bar das Vitaminas; a Igreja Cristã Evangélica, do lado de cima; próxima, havia a Panificadora São José, dos irmãos Nicoletti, onde muitos iam comer uma pizza, após assistir um filme; a sede social do Senac, mais adiante; o Clube do Treze, pouco acima, os pipoqueiros e espetinhos; o Big Lanches, do Sr Sebastião Pinto; o Taco de ouro; veio, posteriormente, o Bar e Restaurante da Kambota, que marcou época; o alto-falante do Sr William Tartuci, tocando os sucessos de então; o vai-e-vém das moças no passeio da praça (com os rapazes assistindo de pé, à margem da calçada)… muitos namoros começaram ali! E outras atrações mais.

Mas não podemos viver só de saudosismo. Eram outros tempos, época em que não existia a TV, muito menos a internet. A questão da segurança também era bem diferente. Hoje, em todo o Brasil, as praças deixaram de ser um ponto de encontro, apesar de se manterem como valiosas áreas verdes. Infelizmente, os drogados e traficantes ocuparam esse espaço e afastaram ainda mais a população das nossas praças e parques.

Neste momento especial de reinauguração da Praça Getúlio Vargas e também da Praça Duque de Caxias, seria ótimo se a municipalidade criasse um programa voltado para a revitalização desses logradouros públicos, que consistiria no oferecimento, nos finais de semana e feriados, de atrações para todas as idades, como parquinhos para as crianças (com interdição de parte das vias públicas, se necessário); a reativação do Coreto, com shows infantis e adultos, musicais e outros; pipoqueiros, espetinhos etc; Seria bom, também, que no calçadão externo da praça houvesse medições para facilitar caminhadas. E, claro, o oferecimento de policiamento.

Precisamos ocupar novamente nossas praças, refazer delas nossos pontos de encontros e diversão. E, como não, retirar nossas crianças do celular, nem que por alguns momentos… Afinal, a praça é nossa!

FOTO: A Igreja Cristã Evangélica
FOTO: O local, antes da praça

FOTO: A Praça e o Cine Real

FOTO: Baile nos salões do Crac
FOTO: Parte interna do Bar do Zé Pedro
FOTO: Parte externa do Bar do Zé Pedro
FOTO: Uma sessão no Cine Real
FOTO: A Praça na década de 60
FOTO: A Praça reformada

 Fotos do acervo do Jornal O Catalão, Maysa Abrão, José Mauricio Paschoal Sales e outros

 

 

BLOG DA MAYSA ABRÃO TEM COMO APOIO CULTURAL:

Endereço: Rua Nilo Margon Vaz, 200, Centro, Catalão – GO, 75701150.
Highlights info row image (64) 3411-6994