Catalão em luto: Morre aos 92 anos a catalana Maria Joana de Siqueira

Em maio de 2015, escrevi para a “Revista Portal VIP, Edição especial mês das mães”, sobre a vida da catalana, Maria Joana de Siqueira. Recordo que, naquele texto, expressei todo meu carinho e respeito a essa senhora que, com todas as dificuldades impostas pela vida, chegou aos 92 anos, sendo exemplo para muitos catalanos. Hoje, ao ler novamente meu texto, publicado na magnifica revista desta terra, resolvi que, daquela singela homenagem, vou guardar um exemplar. A decisão é para que, no futuro eu possa mostrar aos meus netos e quem sabe bisnetos (caso Deus me ofereça a oportunidade de viver nove décadas com a vozinha), um pouco da nobre senhora dos lenços coloridos. E, aos internautas que gostam de uma boa história, revelo um pouco do que escrevi.

“Filha de Nicolau Belo de Oliveira e Izabel Joana de Jesus, dona Maria nasceu no ano de 1923, no Capoeirão, na Zona Rural do Município. A infância marcada pelas atividades na roça, também foi lembrada durante anos pelas rotinas intensas de quem vivia do trabalho árduo no campo. A juventude, ainda na roça, datou a época em que conheceu aquele que seria o pai dos seus filhos, o carpinteiro Amâncio Rosa da Costa. O namoro durou algum tempo, até que Maria e Amâncio se casaram, vieram morar em Catalão e aqui deram início à grande família Rosa da Costa. Pequenina no tamanho, mas guerreira na força de vontade de vencer tantos obstáculos, dona Maria sempre esteve disposta aos afazeres do dia a dia e durante muitos anos praticou a arte da costura para ajudar a criar os filhos. Mãe muito amada de Aparecido Rosa da Costa (in memoriam), Ângelo Rosa da Costa, Sedy Rosa da Costa, José Rosa da Costa, Maria Izabel Rosa da Costa, Tana Rosa da Costa (in memoriam) e Luiza Maria Rosa da Costa, ela sentia a falta do querido companheiro que faleceu a 32 anos, deixando um grande vazio, mas também uma grande felicidade em poder ter convivido ao lado de uma pessoa tão especial. Mãe preocupada com a felicidade e bem estar dos filhos, sempre esteve presente a ajudar e durante 14 anos, ajudou a filha Sedy a criar a neta Marcia Rosa, que sempre teve na avó, uma segunda mãe. Em 2015, aos 92 anos, a Vó Maria como era chamada por seus 20 netos e de Bisa, por 31 bisnetos, teve seus dias marcados por orações, uma vez que, amava rezar o terço e pela visita dos familiares que adoravam estar perto da querida senhorinha. Entre as muitas lições de vida que aprendeu com o tempo, dona Maria aceitava a vida como ela era, pois vivê-la ao lado de quem pode acrescentar algo a ela era um, dos maiores segredos da felicidade”.

Na tarde de ontem, 13 de dezembro de 2015, dona Maria, dona Maria Joana, Mamãe, Mãe, Vovó, Vó, Vozinha ou a Bisa, foi ao encontro de Deus. Para nós, fica a eterna lembrança de chegar à casa que dona Maria Joana morou por 58 anos, bem ali, na Rua dos Trilhos e encontrar a simpática senhora sentada numa cadeira de cordas, preparada a nos abençoar. Com seus lenços coloridos e estampados cobrindo os belos cabelos brancos, era notável através da simpatia exposta a cada olhar, o quanto sentia orgulho de ter chego aos 92 anos. Dona de uma longa trajetória de vida, a pequena senhorinha já não mais conseguia andar pelas ruelas da cidade, mas ali ficava sentada, sempre encantada com os pequenos prazeres da vida. Para mim e minha filha Badra, assim ela será eternamente lembrada, ou seja, emoldurada como uma linda obra de arte aos nossos olhares.

FONTE: Revista Portal VIP

TEXTO: Maysa Abrão

FOTO: Márcia Rosa