Uma Viagem no próprio tempo por Higor Bueno

Quando analisamos a história de minha família nos vemos diante de fatos que ajudaram a construir e transformar Goiás e o Brasil, ajudamos a criar a Catalão de hoje ou até aprovar a Constituição Cidadã de 1988.

Vamos começar em 1722, data essa que, segundo documentos, Bartolomeu Bueno da Silva, Anhanguera, (1672-1740) chegou ao território que hoje conhecemos como Catalão, deixou como um marco nessa terra uma cruz símbolo do estado, sendo ele patrono da fundação da cidade, protagonizou também uma das cenas mais icônicas vividas por um bandeirante ao atear fogo em uma vasilha com aguardente dizendo que faria o mesmo com os rios caso os índios não mostrassem as riquezas da região. Viveu até sua morte em Vila Boa de Goiás, em vida recebeu o título de Capitão-Mor por Dom João VI, já em sua memória:

Além de várias praças, ruas e avenidas em cidades do interior de Goiás e Tocantins.

Anhanguera, apelidado assim pelos índios, foi o responsável pela origem dos Bueno nascidos no coração do país. Com sua morte parte da família se manteve ao norte já outros preferiram o sul do estado, para ser mais exato, a ainda vila de Catalão. Aqui se formaram duas linhagens, os Bueno da Silva e os Bueno de morais, tendo como celebres membros de ambas, meus bisavós, Custódia Bueno da Silva casada com Jorge Rosa da Silva, Ricardo Bueno de Morais casado com Maria Odilia dos Santos. Ao norte a família de sobrenome espanhol colecionou políticos como, por exemplo, Coimbra Bueno ex-governador do estado, já ao sul se formou um leque de ruralistas e comerciantes.

Uma das mais tradicionais famílias catalanas começa aqui com Pedro Ayres da Silva, irmão do intendente José Maria Ayres da Silva e pai, por exemplo, de Cristiano Ayres da Silva e Pedro Ayres da silva Filho. Família essa que teve importante atuação na política catalana durante toda sua história, famosa pela rixa entre os Paranhos no início do século XX, foi a representante do “papo amarelo” com maior influencia na história política do município. Pedro Filho era o antigo proprietário do famoso Pasto do Pedrinho onde inúmeros catalanos tiveram suas vidas marcadas pelas brincadeiras lá praticadas. Cristiano casou-se com Isabel Pastora do Prado Netto e tiveram Aúrea Netto Ayres, Nilza Netto Ayres, Antônio Ayres da Silva e Maria Geralda Netto Ayres.

Já a história da família Gomes Pires começa com Jocelyn Gomes Pires(1874-1935), nascido em Conselheiro Lafaiete, antiga Vila Real de Queluz, filho de José pires Gomes e Maria da Trindade Pires Gomes, sendo que, ainda jovem mudou-se para Catalão. Aqui casou-se com Arminda Patriarca Pires com quem teve os filhos: Moedson, Dália, Olavo, Pedro, Tharciso e Maria. Jocelyn foi o proprietário do primeiro automóvel da cidade, segundo minha prima e neta do Coronel, Maria José, o carro veio de locomotiva, todo desmontado e aqui o intendente mandou montar. Foi proprietário da famosa fazenda Saudade, sendo ele o doador de um dos maiores patrimônios da cidade o “Morro da Saudade” ou Morrinho de São João. Foi intendente da cidade de Catalão fundando o Cemitério Municipal e construindo muitas outras obras. Os Gomes Pires já ocuparam cadeiras no Senado, no Congresso, na Prefeitura e em inúmeros cargos de confiança. Seu filho Pedro casou-se com Nilza, filha de Cristiano Ayres unindo assim duas tradicionais e importantes famílias catalanas. Juntos os filhos de coronéis tiveram Carlos João Ayres Pires, Juracy Gomes Pires, Vânia Gomes Pires e Antônio Gomes Pires. Uma das relíquias da família é um relógio suíço esculpido em prata passado de geração em geração, a peça soma mais de 100 anos e guarda segredos dos grandes homens que um dia a carregou.

Juracy casou-se com Carmelinda Guimarães Pires, neta de Domingos Durval, ex-prefeito de Nova Aurora, e Carmelita Guimarães. A família de minha avó tem suas raízes em Serra do Salitre (Catiara) /MG, ainda lembra-se das viagens que fazia com sua avó, Carmelita, para visitar os familiares nas fazendas ao redor da pequena cidade, com o tempo a família cresceu e se ramificou, entretanto, faz questão de lembrar o parentesco com o ex-presidente da Câmara de Deputados, Ulysses Guimarães, minha avó sempre me diz, “ele era tranquilo, sereno, muito culto”. E ainda brinca dizendo, “se não fosse a gente não teria 88”, se referindo ao ano da nova Constituição.

De meu pai, Silvio Bueno Filho, e avós paternos, Silvio e Vilma, carrego a honradez da família que fundou a cidade de Catalão, já de minha mãe, Maria Cristina Gomes Pires, e avós maternos, Juracy e Carmelinda, trago comigo nas veias o amor incondicional pela política que transformou a cidade, o estado e o país.

Os contos são muitos para poucas linhas, são mais de 300 anos fazendo o que mais gostamos: História! Somos Ayres, Bueno, Gomes Pires e Guimarães, somos apaixonados pela vida.

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FOTO: Cristiano Ayres Ladeado pela esposa Isabel e pelos filhos: Antonio Ayres, Geralda, Áurea e Nilza

 

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FOTO: Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera

 

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FOTO: Higor Bueno em discurso durante comício

 

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FOTO: Maria Cristina com sua avó Nilza Ayres, filha de Cristiano Ayres, e sua pagem e companheira de vida Maria de Lourdes Machado

 

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FOTO: Quadro de Bartolomeu Bueno ateando fogo em aguardente

 

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FOTO: Monumento em homenagem ao bandeirante, na pessoa de Bartolomeu, no centro cívico de Goiânia

 

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FOTO: Senador Olavo Pires durante campanha

 

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FOTO: Senador Olavo Pires

 

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FOTO: Ex-Presidente da Câmara dos Deputados Ulysses Guimarães, patrono da Constituição Cidadã

 

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FOTO: Calendário de campanha política de Juracy Pires
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FOTO: Juracy Gomes Pires e Carmelinda Guimarães durante celebração de seu casamento

 

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FOTO: Casamento de Pedro Gomes Pires e Nilza Ayres

 

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FOTO: Carmelinda Guimarães ainda garotinha

 

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FOTO: Família Bueno posa para foto durante festa do rosário em que eram encarregados