TALVEZ por Ricardo Paranhos

Quero, quando eu morrer, ser sepultado
lá no cimo do monte,
ao pé da grande cruz defronte
da capelinha,
onde me declaraste, em tom de mágoa e dor,
que apesar de ser por todos execrado
o nosso amor,
tu me juravas que serias minha…
Foi isto, eu bem me lembro, numa tarde triste
de novembro.
O que juraste, tu cumpriste…
Eu quero agora,
que jures mais e o faças sem demora,
porque tal jura me é também mui necessária:
– que irás, quando eu morrer,
soltar as tranças cor da noite escura,
orar, ao anoitecer,
à luz roxa do horizonte,
sobre a minha solitária sepultura,
No cimo lá do monte…
Dentro do frio leito,
quando te ouvir gemer e soluçar,
talvez eu sinta o coração, mesmo desfeito,
por ti mais forte ainda palpitar…

(Recebido via Luís Estevam)

Foto: Rogério Garcia

 

 

 

 

 

 

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