Maria Carolina de Mesquita Netto fez da sua doença uma forma de ajudar o outro

Maria Carolina de Mesquita Netto foi casada João Enéas Bretas Netto com quem teve dois filhos, Paulo Henrique e Cristina de Mesquita Netto e três netos: Ana Carolina (filha de Cristina); Maria Teresa e João Vitor (filhos de Paulo Henrique).

O matrimonio aconteceu aos 22 anos e na primeira gravidez foi diagnosticada com Diabetes tipo 1, tendo que tomar insulina diariamente. Com o tempo, a doença foi desenvolvendo outras: redução da visão, problema circulatório e insuficiência renal. Somado a essa última doença, foi diagnosticada com um tumor em seu rim esquerdo. Feita a cirurgia de retirada do órgão, fez diálise por dois anos. Depois desse período, fez o transplante renal em São Paulo. O doador foi um de seus irmãos, Inésio.

Quando fez o transplante renal, os médicos descobriram doença de Chagas, que até então nunca tinha se manifestado.

Com a diabetes e a insuficiência renal, percebeu a necessidade de assistência aos mais carentes, visto, principalmente, os altos valores cobrados pelos medicamentos. Foi assim que ela fundou, junto com um grupo de pessoas, incluindo a médica Mônica Savastano Jorge, a Associação dos Diabéticos do Sudeste Goiano, que hoje oferece atendimento multidisciplinar e com medicamentos a doentes de várias cidades da região.

Na Associação dos Renais Crônicos, que ela também fundou, os pacientes recebem auxílio na condução para aquisição de medicamentos e encaminhamento para o transplante. A sede funciona dentro do hospital São Nicolau, onde os doentes fazem Hemodiálise.

Filha de Yolanda Pereira de Mesquita e José Pereira, Carolina, sempre foi participativa na sociedade, em especial na Igreja Católica, onde acompanhou junto com o marido João Enéas, de várias pastorais: encontro de Jovens, cursos de noivos, de mães gestantes e de casais. Colaborou ativamente na construção da comunidade cristã na região da antiga Vila Mutirão.

Recebeu o título de Cidadã Benemérita oferecido pela Câmara de Vereadores. Sempre alegre, comunicativa, solidária ajudava diretamente ou indiretamente as pessoas que a procuravam.  Era admirada também pela forma de tratamento que dispensava às pessoas. Morreu dia 5 de novembro de 2003, vitima de doença de Chagas no cérebro. Mesmo atravessando as doenças e suas consequências, nunca reclamou da vida. Pelo contrário: fez da doença, uma forma de ajudar quem precisava.

Em 2016, deu seu nome à Unidade Básica de Saúde (UBS) localizada no bairro Castelo Branco, em Catalão. Unidade Maria Carolina de Mesquita Netto. O projeto é do vereador Silvano Mecânico. A inauguração foi no dia 25 de maio (7 dias depois do aniversário dela).

Carolina foi uma mulher que lutou para viver, mas acima de tudo, lutou pelos saúde de doentes carentes e por quem precisasse também. “Fazendo da sua doença uma forma de ajudar o outro”.

FOTO: (Jornal OCatalao)

FOTO: Encerramento de um Encontro de Jovens que Maria Carolina e João Enéias (bem à direta na foto) coordenavam

FOTO: “Um dia eu li, que “as pessoas que amamos, nunca morrem. Apenas vão antes que nós “.
Pode até ser, mas a saudade é demais. É dolorida. O dia que transformarmos essa saudade numa lembrança gostosa, talvez a dor diminua!!!!
Até lá, a cada lembrança da mamãe, uma emoção diferente e lágrimas nos olhos!
Nesta foto, por exemplo, ela estava tão feliz em casa, recebendo amigos (uma das coisas que mais gostava de fazer).
Tão linda, tão generosa!!!! Tão Carolina, Maria Carolina, Maria, Taína e tantos nomes como era chamada”. Cristina Mesquita na sua página do Facebook.