Habitação popular e patrimônio: saiba como foi o 1º dia do Congresso Conviver 2025

Cidade de Goiás recebe evento do Iphan que reúne canteiros-modelo de conservação de todo o Brasil

Começou hoje, na Cidade de Goiás (GO), o Congresso Conviver 2025, que reúne até quinta-feira (6/11) professores, estudantes universitários, mestres fazedores de cultura, autoridades e população para discutir a relação entre habitação popular e preservação do patrimônio cultural brasileiro. O evento é promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como parte do Programa Conviver e acontece na cidade goiana reconhecida pela Unesco como Patrimônio Mundial desde 2001.

O programa Conviver oferece assistência técnica gratuita para moradores de baixa renda em cidades históricas brasileiras. O objetivo é ajudar essas famílias a preservar suas casas e outros bens culturais, envolvendo a comunidade na gestão do patrimônio protegido pelo Estado. O programa funciona através de canteiros-modelo de conservação, que são espaços de ensino onde professores e estudantes de Arquitetura, Engenharia, História, Antropologia, Conservação e Restauro trabalham junto com a população local. A prioridade é usar técnicas construtivas tradicionais e valorizar os saberes da cultura de cada região.

Foto: Mariana Alves/Iphan

Foto: Mariana Alves/Iphan
Na abertura do congresso, realizada no Cine Teatro São Joaquim, o presidente do Iphan, Leandro Grass, destacou a importância da parceria com universidades e institutos federais para a preservação do patrimônio cultural. “Sem educação não há preservação, sem conhecimento não há cuidado. O Conviver é a prova de que o conhecimento e a técnica devem estar a serviço da cidadania”, afirmou.

Durante o primeiro dia de congresso, Iphan, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Ministério da Cultura (MinC) e Conselho de Arquitetura e Urbanismo  do Brasil (CAU-BR) debateram temas como a preservação do patrimônio como vetor de desenvolvimento social, normas de preservação em áreas tombadas, condições de baixa renda em centros históricos e tombamento de quilombos e, ainda, foi inaugurada uma exposição que mostra o trabalho dos canteiros-modelo pelo Brasil, já que universidades e canteiros de 23 estados que tem o programa estão presentes no congresso, que reuniu hoje cerca de 150 participantes.

Foto: Mariana Alves/Iphan

Foto: Mariana Alves/Iphan

Para o arquiteto e pesquisador André Campos, do canteiro-modelo de Cuiabá (MT), participar do congresso e estar inserido no programa é “uma experiência única”. “É fazer valer o direito das pessoas à habitação, à cidade, ao patrimônio e à memória. O canteiro-modelo alia a política pública, o conhecimento da academia e as demandas da sociedade sobre habitação e conservação dos imóveis”, explicou.

Foto: Mariana Alves/Iphan

Foto: Mariana Alves/Iphan

A arquiteta e chefe do escritório técnico do Iphan em São Francisco do Sul (SC), Michele Maciel, destacou a importância da sustentabilidade do programa. “A instituição ganha porque se aproxima das pessoas, é importante para as universidades porque aprendem sobre a aplicação da teoria na prática e o morador é empoderado porque ele entenderá, na realidade dele e com os materiais disponíveis, que poderá conservar seu imóvel”, disse.

O Programa Conviver

Atualmente, o Conviver está implantado em 17 cidades brasileiras, em pactuação em outras oito e em planejamento em mais sete. Desde 2023, quando foi nacionalizado, o programa já recebeu investimentos de cerca de R$ 23,8 milhões.

O Congresso Conviver 2025 segue até quinta-feira na Cidade de Goiás, com programação que inclui debates, apresentação de experiências e troca de conhecimentos entre os participantes.

Mercado Municipal da Cidade de Goiás.Foto: Iphan.

Mercado Municipal da Cidade de Goiás.

Foto: Iphan.Cidade de Goiás (GO)

Localizada a 140 quilômetros de Goiânia, capital de Goiás, a antiga Vila Boa foi reconhecida pela Unesco como Patrimônio Mundial em 2001, pela singularidade de seu conjunto arquitetônico e pela preservação de suas tradições. É um território onde história, cultura e natureza convivem em harmonia, preservando o espírito do interior goiano.

Os casarões, igrejas e espaços públicos da atual Goiás representam a transformação urbana da cidade, primeira capital do estado até o ano de 1937. Goiás, a cidade, possui hoje o maior conjunto arquitetônico e urbanístico tombado em âmbito federal no Estado de Goiás, com um acervo composto por arquiteturas de diversas tipologias, desde o colonial, de meados do século XVIII, até edificações com traços modernos.  Saiba mais

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