Dos dias 17 a 23, espaços do complexo propõem programação em grande parte gratuita
Dos dias 17 a 23, espaços do complexo propõem programação em grande parte gratuita, que vai de espetáculos de diversas artes a oficinas com nomes reconhecidos nacionalmente
Sesc Prêmio Zumbi. Crédito Patrick Arley
Atrações que propõem sensibilizar o público acerca da negritude, da valorização da cultura negra e do combate ao racismo, pautam a programação do Circuito Liberdade durante a Semana da Consciência Negra. De 17 a 23 de novembro, mês consagrado à luta antirracista, diversos espaços integrantes do complexo unem expressão artística negra e reflexões históricas, em oficinas, exposições, espetáculos, contações de histórias e palestras com nomes reconhecidos nacionalmente. A maior parte da programação é gratuita, indicada para todas as faixas etárias e ofertada em diferentes períodos do dia. As atividades podem ser acompanhadas pelo portal do Circuito Liberdade, que reúne informações centrais de cada evento e direciona para mais detalhes no site dos espaço: circuitoliberdade.com.br.
Na Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais, a linha que une as atividades é o resgate de figuras negras que tiveram papel central para a emancipação, a construção e a defesa dos direitos de pessoas pretas. O mote é a homenagem ao escritor, advogado, jornalista e abolicionista Luiz Gama (1830 – 1882), intelectual baiano que se tornou um personagem incontornável na história nacional — reconhecido por uma lei como Patrono da Abolição da Escravidão do Brasil. Entre os dias 17 e 19 de novembro, rodas de conversa, palestras e exposições ocorrem no espaço, com destaque para uma edição do “Sempre um Papo”, que convida a escritora Madu Costa, na quarta-feira (19/11), às 19h, para um mergulho na produção literária de Maria Firmina, maranhense considerada a primeira romancista negra da América Latina. As inscrições são pelo Sympla, com informações disponíveis em www.sempreumpapo.com.br.
Ciência, cultura, e negritude — O Espaço do Conhecimento da UFMG, museu que trabalha na interface entre cultura e ciência, reserva para a Semana da Consciência Negra uma oficina sobre grandes invenções de pessoas pretas ao longo da história, como a de Alice Ball, química estadunidense que foi pioneira no tratamento da hanseníase. O público acompanha também uma contação de histórias sobre o continente africano e seus povos, além de um bate-papo sonoro, visual e performático com artistas que trabalham a arte negra na Região Metropolitana de BH.
Festa Ubuntu — O Memorial Minas Gerais Vale entra na programação com a festa Ubuntu, que chega ao Afro Galpão, no bairro Alto Caiçaras, valorizando a produção cultural negra, com literatura, show da banda Criolo de Raiz, Feira de Afroempreendedores e o projeto Tudo 10, com produtos até R$ 10. O evento faz parte do projeto Memorial Vale Itinerante, um conjunto de ações que mantêm vivos os programas do Memorial Vale enquanto obras de renovação acontecem no edifício-sede na Praça da Liberdade.
Programação infantil — O MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal reservou o 20 de novembro, Dia da Consciência Negra para atrações para o público infantil, com destaque para a contação de histórias “Djalminha e os Segredos do Fundo do Mar”, que foi adaptada exclusivamente para a temática e vai narrar a vida de importantes pessoas pretas para a ciência brasileira. A atividade contará com tradução em Libras. O dia se encerra com o show “Música de Preto”, da musicista Michelle Oliveira, que apresenta repertório autoral e releituras de canções que dialogam com as temáticas de ancestralidade, resistência e memória.
Já o Museu dos Brinquedos, que tem programação inteiramente dedicada às crianças e suas famílias, propõe o roteiro “Afrobrincar – Brincadeiras Daqui e De Lá”. Nos dias 20, 21 e 22, uma programação especial celebra o Dia da Consciência Negra de forma leve, divertida e cheia de descobertas. O evento promove brincadeiras e jogos que vieram do continente africano e se misturaram às tradições brasileiras. Brinquedos africanos também estarão no espaço, para as crianças explorarem o brincar de um jeito não convencional. A entrada tem preço popular, R$ 20 a meia e os ingressos são adquiridos na porta do museu, com validade para as atrações do dia em que foram comprados.
Ancestral — O Educativo do Palácio das Artes promove até sábado (22/11) a visita temática “Modelando o Mundo – A Criação pela Mão de Obatalá”, que propõe um percurso pela exposição “Bonecos Giramundo” inspirado na narrativa de Obatalá, orixá que molda o ser humano a partir do barro. A experiência convida à reflexão sobre os mitos de criação e a relação entre arte, natureza e ancestralidade africana. Na quarta-feira (19/11), o Cine Theatro Brasil recebe o concerto “Sobre Tons: Sinfônica POP”, em comemoração ao Dia da Consciência , com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, sob regência do maestro convidado Joel Barbosa e com a participação do multiartista Sérgio Pererê.
Resistência e Prêmio Zumbi — O espetáculo teatral “Lótus” fecha a semana, no sábado e domingo (22 e 23/11) no Teatro de Bolso do Sesc Palladium. A autoria é da atriz mineira Danielle Anatólio, que, em monólogo, fala sobre amor, superação, beleza, vida e “e das experiências vividas por mulheres no mundo contemporâneo”. A peça recebeu o Prêmio Leda Maria Martins, em 2018, como melhor espetáculo do ano. Os ingressos custam a partir de R$10 e são adquiridos pelo Sympla. Ainda no Sesc Palladium, na quinta (20/11), é realizado o XVI Prêmio Zumbi de Cultura. Fruto da parceria da Cia Baobá Minas, mestres populares, artistas e grupos culturais, a premiação é entregue a mais de vinte pessoas que se destacam nos campos das artes, política e cultura negra, em Minas e no Brasil. A entrada é paga, a preço popular, R$5 a meia, também pelo Sympla.