Categoria: Filhos do Catalão

Filhos do Catalão

Memórias de um Peregrino – 12. A Fortaleza do Rio

Depois de 27 km de caminhada, no dia seguinte alcancei a famosa Logroño, sem problemas, num trecho com pequenas ondulações. Passei por Sansol, Torres del Rio e Viana, pueblos medievais encantadores, com ruazinhas estreitas e pórtico de entrada. Locais onde o tempo parece ter estacionado centenas de anos atrás. Já me encontrava em La Rioja, região produtora de um vinho de excelente qualidade, o melhor que experimentei na Espanha. Uma cidade de tamanho médio, Logroño tem uma enorme e bela catedral em seu centro medieval, em torno da qual, como em quase todos os lugares do Caminho, há uma praça rodeada por bares e restaurantes. No verão, o local torna-se ótimo ponto de encontro, tanto para moradores como para os...

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Memórias de um Peregrino – 11. Caminho de Santiago

11. O AMOR NO CAMINHO Dizem os espanhóis que com pan y vino se hace el camino. Embora não faça parte do cardápio, ao longo da peregrinação a libido persiste e o corpo deseja, também, outro tipo de alimento. Em Los Arcos, eu conversava com os rapazes brasileiros quando um deles reclamou, dizendo que as meninas do Caminho não queriam saber de sexo. Parecia que as garotas faziam promessa de abstinência durante a caminhada, comentou. Eu lhe disse, então, em tom de brincadeira, que, até Santiago, ele iria escalar apenas os montes. Rimos muito, mas, de fato, com promessa ou não, no Caminho o interesse e a prática sexual reduzem-se drasticamente. O próprio cansaço se encarrega de serenar os ânimos. As longas...

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O Eco do Passado – AS AVES

Desde meus tempos de criança, sempre tive enorme amor pelos passarinhos! Na fazenda do meu pai, onde nasci e me criei, existia, além do imenso pomar, uma mata ao fundo, margeando o córrego que ainda hoje corre por lá! E tanto no pomar quanto na mata, desde os nossos primeiros passos, fomos convivendo com aquela enormidade de pássaros. Como eu gostava de vê-los alimentando-se de frutas, principalmente no pomar e de ouvir os seus mais variados cantos, uma verdadeira sinfonia! E como nós, as crianças, nos divertíamos, acompanhando-os na construção de seus ninhos e vendo os primeiros vôos de seus filhotes. Mas, uma coisa da qual eu não gostava era de ver os moleques, meus companheiros, matar os passarinhos,...

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O Eco do Passado – Salvo de uma tentativa de assassinato

Tive uma experiência assustadora, na época em que trabalhei com o João Carneiro Vaz, goiano, ex-Deputado Federal, como Gerente da Madeireira Vale do Paranã, em Brasília. Como eu tinha um grande conhecimento de madeira e graças a Deus tinha também uma grande maleabilidade em lidar com equipes de pessoal, aceitei o emprego e fiquei quase dois anos à frente daquela firma, que tinha um quadro de mais de 100 funcionários! Certo dia, analisando os controles da empresa, percebi que não estavam batendo as contas dos tacos lá produzidos. Eu, que sempre fora muito meticuloso em lidar com coisas alheias, sob a minha responsabilidade, fui investigando com muita cautela e, com a ajuda de alguns funcionários, descobri quem estava desviando a mercadoria. Levei...

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Recordações Paula Kalil – Seis meses “sem” Kalil Abrão

Seis meses sem você meu pai... Separei essas fotos pra falar de um outro lado seu, muitos aqui já leram sobre nossa relação de pai e filha, mas os amigos e certamente muita gente natural de catalão e que aqui viveu sabe que o Kalil Kalil Abrao empresário foi tbm muito importante e está ainda presente nas suas lembranças. Você era um empreendedor nato, visionário, transformou o armazém do vô Nicolau em um supermercado, a distribuidora de bebidas em um grande atacadista, era o braço direito da vó Samira nas compras e controle do estoque, e dividia com meu avô a responsabilidade de receber as pessoas e cuidar dos funcionários. Corajoso, partiu pro vôo solo e abriu...

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Blog do Badiinho: Catalanos Espalham Gestos de Generosidade Pela Cidade – Comerciante de Catalão está fazendo marmitas para pessoas em situação de rua

Que moramos em uma cidade abençoada por Deus, isso é fato, mas nos enche de orgulho mais ainda, o fato de termos muitos catalanos (as) com corações generosos, que com suas simplicidades e afeto, demonstram acolhimento as pessoas vulneráveis. Já mostramos aqui neste blog, alguns de diversos gestos de caridade aos mais necessitados, realizados por nossa gente, principalmente nessa época de crise mundial, e que no caso, o nosso país vive os seus piores dias. O gesto mais recente, é do nosso amigo, o filho do Alemão dos Consertos de Eletrodomésticos, o grande Marcelo Metsavaht, que por conta própria, de segunda a segunda, está fazendo em média de 14 a 18 marmitas de refeições para pessoas que vivem em situação de...

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A PRAÇA É NOSSA – POR Paulo Hummel Jr

Catalão, nos anos 50 e meados dos 60, passava por grandes dificuldades sociais, tais como a escassez de empregos (provocando êxodo populacional), problemas de acesso à educação (escola pública só no ensino primário; o ginásio era particular e não havia o 2° grau na cidade) e de graves deficiências estruturais (não contava com a distribuição de água tratada, não tínhamos esgoto sanitário e nem calçamento nas ruas da cidade). Mas, nem tudo era ruim. A praça Getúlio Vargas daqueles tempos deixou saudades! Era o grande ponto de encontro da cidade. Durante o dia era o recreio da garotada e adolescentes e, à noite, se transformava no epicentro da vida noturna catalana, principalmente nos finais de semana. De um lado da praça...

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O Eco do Passado – O Assassinato de José Augusto

Marciano Baiano foi citado por mim anteriormente, a respeito de sua histórica chegada a Catalão, no início do século XX, vindo a pé de Barreiras, na Bahia, rumo a Cristalina, atraído pelos cristais, e de lá para Catalão, por conta dos rumores da construção da Estrada de Ferro, que vinha adentrando Goiás. Através do Marciano ficamos sabendo da história de um ex-colega seu na Estrada de Ferro, chamado José Augusto que, ao deixar a ferrovia, arrendara um trecho de terras do Sr. Horácio Bueno, vizinho de papai. Horácio Bueno, compadre de meu pai, era o vizinho mais próximo da nossa fazenda, distante cerca de dois quilômetros. Ele era pai de numerosa família e entre seus filhos, a Dª. Custódia, viúva do...

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O Eco do Passado – Nossos Antepassados

A minha família paterna veio de um Município chamado Neukirch, que fica no Distrito de Bodenseekreis, na Região Administrativa de Tubinga, no Estado de Baden- Württemberg, na Alemanha. Uma região de cordilheiras, coberta de matas densas de pinheiros escuros e de abetos. É a Floresta Negra, uma das regiões mais pitorescas do país. O referido município, sito ao sudeste da Alemanha, faz fronteira com a Áustria e com a Suíça. Parece-me que de lá veio grande parte da família, ou seja, cinco dos filhos de Sebastian Hummel e de Crescentia Fehrenbach vieram para a América do Sul, por volta de 1820, comercializar relógios: Augustin Hummel, Severin Hummel, Leo Hummel, Mathias Hummel,e Friedrich Hummel, sendo que Friedrich fixou-se no Brasil e...

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O Eco do Passado – João Hummel

Quando veio para Catalão, meu pai (natural de Lorena-SP) já conhecia minha mãe (nascida em São Paulo-SP), que havia morado em Igarapava, Ribeirão Preto e Jaguará, seguindo a construção Estrada de Ferro Mogiana, para a qual o padrasto de mamãe, José Balduino da Silva, era fornecedor de matéria-prima, refeições e de hospedagem. Todavia, foi na cidadezinha de Desemboque, às margens do rio Grande, onde José Balduíno estava seguindo a construção da estrada de ferro, que meu pai conheceu minha mãe, ainda muito criança. Papai já era um rapaz maduro, atuando como técnico na formação de cafezais no Estado de São Paulo, o que dava dinheiro naquela época, principalmente em terras roxas. Interessado na bela jovem, ele tratou de estar sempre...