Governo de Minas Gerais apresenta balanço e anuncia estruturação coletiva de uma política estadual da economia da criatividade do Carnaval

O Carnaval de 2023 confirmou a expectativa de ser o maior da história de Minas Gerais. O fluxo turístico no interior do Estado, de acordo com o levantamento realizado pelo Observatório do Turismo de Minas Gerais, chegou a mais de 6 milhões de foliões, superando os 5 milhões que haviam sido estimados antes da festa não só no interior, mas também em Belo Horizonte. Somando-se os números da capital e do interior, o total de foliões pode chegar a mais de 11 milhões em todo o Estado.

Esses números foram apresentados em coletiva de imprensa realizada pelo Governo de Minas Gerais, no Palácio da Liberdade, nesta quinta-feira (23). Durante a abertura do evento, o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, antecipou que em até 30 dias será publicado um decreto que deverá instituir uma política estadual da economia da criatividade do Carnaval de Minas Gerais.

“Essa é a primeira vez que o Carnaval de Minas Gerais se transforma em uma política de Estado. Nós anunciamos que o Governo de Minas, a estruturará juntamente com as ligas, os blocos, a sociedade civil e os parceiros e patrocinadores”, afirmou Leônidas Oliveira. Em seguida, ele acrescentou que essa estruturação será baseada em três principais eixos: pesquisa, qualificação e empreendedorismo criativo. Outro ponto importante será a continuidade da ação conjunta entre a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedese), a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sede), a Secretaria de Educação (SEE) e a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

“Nós já estamos começando uma pesquisa para compreender melhor o fenômeno do Carnaval tanto na capital quanto no interior. A qualificação é importantíssima, porque precisamos atender melhor os turistas. A questão da incorporação dos idiomas é essencial para atrairmos mais visitantes estrangeiros. Então, podemos qualificar melhor os ambulantes, capacitar os bares e os atendimentos todos da cadeia produtiva da criatividade, além dos músicos e dos artistas, sejam eles dos blocos ou das escolas de samba, os produtores de adereços e de toda essa grande maravilha que é a arte do Carnaval”, completou Leônidas Oliveira.

Impacto positivo na economia

Foram gerados R$ 1,5 bilhões a partir do Carnaval, o que representa mais geração de emprego e renda, além de fortalecimento da economia da criatividade. A ocupação hoteleira alcançou a média de 80% no Estado. Em cidades com maior tradição de Carnaval, como Ouro Preto e Pompéu, essa ocupação chegou a 95%.

Cerca de 240 mil pessoas desembarcaram no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, e 130 mil pessoas chegaram à capital por meio da Rodoviária de Belo Horizonte.

Carnaval seguro

Outro dado importante foi em relação à segurança durante a festa. O Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco, ressaltou a queda nos índices de criminalidade e furto durante os dias de folia em Minas Gerais. “Nós tivemos uma redução aproximada no crime de roubo de 75%, e só de roubos de celulares houve uma redução de aproximadamente 80%. Já em relação ao furto, que é a subtração sem violência, houve uma redução de 57%. Nos crimes de homicídio em Belo Horizonte, também houve uma redução de 60%. E outro crime que infelizmente acontece muito no Carnaval, que é o de importunação sexual, também teve uma redução de 40%”, apresentou Greco.

Ele atribuiu o sucesso dessas operações à integração promovida pelo Governo de Minas entre as forças de segurança e a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública. “Nós podemos assegurar que Minas Gerais não só o Estado mais seguro da federação, mas também o que tem o Carnaval mais seguro. Isso graças à integração não só das secretarias mas também de todas as forças de segurança”,completou.

Dois caminhões do Centro Integrado de Comando e Controle estiveram presentes em três pontos de Belo Horizonte, e sete drones com 14 policiais penais atuaram ininterruptamente durante o Carnaval, o que também contribuiu para a prevenção na criminalidade.

Investimentos

Foram investidos 7,7 milhões pelos mecanismos de fomento da Secult no Carnaval da Liberdade em Minas Gerais, com impacto total direto de cerca de 100 milhões de reais nas cadeias produtivas (considerando investimento entre Lei Estadual de Incentivo à Cultura e ações do Atrium da Liberdade).

Atrium da Liberdade

Em sua primeira edição, o Atrium da Liberdade encantou os foliões de Belo Horizonte e os turistas, registrando a circulação de cerca de 400 mil pessoas, segundo estimativa do Corpo de Bombeiros. Foram quatro dias de programação realizada na Praça da Liberdade pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) em parceria com a Fundação Clóvis Salgado (FCS). A iniciativa integrou o programa Carnaval da Liberdade e teve como objetivo oferecer atividades e atrações que promovessem momentos de descanso, recuperação, relaxamento, convívio e diversão durante os dias de folia na capital mineira.

Um dos destaques foi a Praça da Alimentação que recebeu 15 mil pessoas. A cozinha show, comandada pelos chefs Afonso Bicalho e Carol Fádel, distribuiu 1.500 senhas gratuitas de pratos que representaram os sabores da cozinha mineira. No posto de informações disponível no Atrium da Liberdade foram realizados 4 mil atendimentos, e mais de 4 mil pessoas curtiram as apresentações dos DJs. A programação voltada ao público infantil também atraiu a participação de 3 mil crianças ao longo dos quatro dias de evento.

“A Praça da Liberdade praticamente não tinha nenhum papel durante o Carnaval devido às proibições e normativas que há em relação à preservação ao patrimônio histórico no espaço e em seu entorno. Ao pensarmos o Atrium da Liberdade, nós levamos em conta essas determinações, justamente para não criar grandes aglomerações que poderiam fugir do controle. Então, criamos ali um lugar em que as pessoas pudessem descansar, aprender como customizar uma fantasia, uma maquiagem, compreender melhor a história do Carnaval com exposição, além de ter atividades para as crianças, intervenções artísticas, e a promoção da cozinha mineira. Ou seja, um ambiente acolhedor em que as pessoas de diversas idades pudessem se encontrar durante a festa”, comenta o secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira.

As atividades do Atrium da Liberdade aconteceram de 18 a 21 de fevereiro. Ao todo, foram realizadas 41 ações, com destaque para a participação dos blocos afros, como Magia Negra e Ori Samba, que promoveram sessões de alongamento, oficina de turbantes, e apresentações de dança. Integrantes da escola Canto da Alvorada também ensinaram alguns passos de samba, contagiando os presentes com muita ginga.

Aquecimento

Antes da abertura do Atrium da Liberdade, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) iniciou uma programação de pré-Carnaval entre os dias 7 e 16/2. Participaram dessas ações mais de 3 mil pessoas, sendo um dos destaques a abertura oficial do Carnaval da Liberdade, com o concerto gratuito “Esquentando os Tamborins”, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes. Cerca de 850 pessoas compareceram à apresentação preparada pela Orquestra Sinfônica de Minas Gerais com Coral Lírico de Minas Gerais, Cia. de Dança Palácio das Artes e bateria da escola de samba Canto da Alvorada.

Foi inaugurada também a “Mostra Carmen Miranda e a Boa Vizinhança”, que segue em cartaz no Cine Humberto Mauro até o dia 7/3. A mostra reúne longas estrelados por Carmen como “Alô Alô Carnaval” (Adhemar Gonzaga, 1936), “Aconteceu em Havana” (Walter Lang, 1941), “Copacabana” (Alfred E. Green, 1947), “Entre a Loura e a Morena” (Busby Berkeley, 1943) e “O Príncipe Encantado” (Richard Thorpe, 1948).

Alguns clássicos que tratam da Política da Boa Vizinhança como “Voando para o Rio” (Thornton Freeland, 1933) e “Interlúdio” (Alfred Hitchcock, 1946) também fazem parte da programação, assim como os documentários “Carmen Miranda” (Jorge Ileli, 1969) e “Carmen Miranda: Bananas Is My Business” (Helena Solberg, 1994), que traçam um panorama sobre a trajetória da cantora.

No dia 9/2 foi promovida, no Jardim Interno do Palácio das Artes, a festa “Mamãe Eu Quero”, em homenagem a Carmen Miranda, cujo aniversário é celebrado na mesma data. A celebração contou com performances artísticas em homenagem à artista, cortejo com a Cia. de Dança Palácio das Artes, DJ’s e barracas com pratos da cozinha mineira.

Foto: Leo Bicalho