Homenagem do BLOG da Maysa Abrão ao “Centenário da Semana de Arte Moderna” de 1922 – A artista visual Raquel Melo

Sou Raquel Cristina Melo Metsavaht de Almeida, catalana nata, filha de Reinaldo Metsavaht (in memoriam), técnico em eletrônica e de Maria de Lourdes Melo Metsavaht (in memoriam), professora.

Formei-me em pedagogia com intuito de estudar sobre TDAH (DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE) e me especializei em filosofia da arte. Trabalhei como professora nas áreas de artes visuais e musicalização e aprendi o quão importante é a arte na educação das crianças, despertando nelas o sentido da observação, reflexão e criatividade, no qual mudará sua visão de mundo. Atuei desde a educação infantil, fundamental I, II até o ensino médio.

Como professora, participei de alguns concursos, sendo premiada pelo projeto que desenvolvi na escola em que trabalhava. Em um deles, fui até o Rio de Janeiro, pela ABDA (Associação Brasileira Défict de Atenção), patrocinado pela Novartis. Ali, defendi a importância da arte como meio de inclusão, socialização e interação entre os alunos independentes de suas condições cognitivas. Outro momento importante em minha carreira foi ser reconhecida com o projeto “Cinema na Escola”, em Salvador, BA.

Mas, em se tratando de arte e educação, toda minha inspiração vem da minha mãe. Ficava encantada com as “coisas” que ela fazia e pelo respeito que tinha com o meio ambiente, onde despertava em mim o gosto por fazer uma educação diferenciada na escola.  Ela tinha um dom artístico incrível. Ela era ousada.

FOTO: Maria de Lourdes Melo Metsavaht

Hoje, trabalho em casa, no meu ateliê. Dedico-me as artes visuais, porém a área que mais atuo é a da pintura. Gosto de pintar sobre vários tipos de materiais, recicláveis ou não. Uso a pintura em objetos que talvez não sejam percebidos no dia a dia das pessoas, como pedras ou garrafas que seriam jogadas no lixo e que ganham um novo olhar.

Gosto de pintar sobre suportes como: tecidos, madeiras, telhas, cabaças, MDF e pedras. Utilizo variadas técnicas e uma delas é o pontilhismo.

Além da pintura, me atrevo na arte de modelar, como em barro ou em massa de porcelana fria (biscuit). Despertei em mim o gosto em resgatar objetos estragados pela ação do tempo, como imagens sacras e outros objetos que possuem um valor sentimental para a pessoa que o possui.

Não me considero uma “artista”, mas uma “agente transformadora”, que sabe a importância da arte para a sociedade e até como forma de terapia. Acredito que através das artes manuais podemos extravasar sentimentos bons, além de aliviar as tensões e angústias, principalmente nas atribulações do dia a dia.

A arte me sensibiliza e causa saudades da maior manifestação artística cultural de nossa cidade, que são “As Congadas”. E, que infelizmente nestes tempos de pandemia nos distanciou fisicamente, mas que meu coração não distancia. Tenho o maior amor e prazer em representar os congos através da minha arte e das minhas mãos.

FOTO:  Ponteiras para lápis

FOTOS: Pintura a mão sobre telha

FOTO: Caderno personalizado

 

 

 

 

Marco oficial do Modernismo brasileiro, a Semana de Arte Moderna aconteceu em São Paulo e reuniu artistas das mais diversas áreas no Theatro Municipal de São Paulo, ao longo dos dias 13 e 18 de fevereiro de 1922. Apresentações musicais e conferências intercalavam-se às exposições de escultura, pintura e arquitetura com o intuito de introduzir ao cenário brasileiro as mais novas tendências da arte.