Catalão 157 anos – Página Literária por Aguinaldo Campos Netto

Em 20 de agosto de 1959, o respeitável jornal Gazeta do Triângulo, de Araguari, Minas Gerais, lançou um caderno especial denominado – Salve o Centenário de Catalão! – Neste caderno, Aguinaldo Campos Netto faz uma homenagem aos poetas que aqui passaram.

Ao ensêjo das comemorações do 1º Centenário da cidade de Catalão, surgiu-nos também a lembrança de incluir uma homenagem justa e merecida aquôles que enriqueceram as nossas letras no campo da poesia.

Pois é bastante consolador, para nós catalanos, podermos contar com algumas dezenas de poetas que aqui viveram e encontraram a inspiração nas nossas paisagens, em nosso povo,  naquilo que enfim resume a “verve” do poeta.

Catalão está assim de parabéns, pelos valores literários que hoje pode apresentar, o que vem confirmar aquela verdade que há alguns anos atrás nos cognominava de: “Atenas de Goiás”.

Voltemos portanto ao passado e focalizemos os nomes de maior destaque dessa difícil “arte de Apolo”.

E como primeiro vulto de nosso patrimônio poético temos a grande honra de apresentar o nome de um vate da literatura brasileira, o grande Fagundes Varela, poeta que pertenceu ao grupo da 2ª geração da Escola Romântica.

Poderia parecer estranho a inclusão dêste nome em nossa lista, mas a verdade é que o aludido poeta viveu grande parte de sua adolescência em nossa cidade, quando seu pai aqui exerceu a função de Juiz por volta de 1851. Foi sem duvida êste contacto com o sertão e as florestas goianas que muito influiu depois em sua obra literária. Críticos há que encontraram no “Evangelho das Selvas” muitos reflexos de suas divulgações por êstes campos que circundam a nossa cidade.

Mas nossa grande ventura não termina aqui, pois que, além de Varela, ainda podemos ostentar o nome de Bernardo Guimarães que aqui residiu por alguns anos, exercendo o cargo de Juiz. Foi também em nosso meio que êle colheu material para o seu livro “O Índio Afonso”, romance que relata as façanhas de uma família de índios que aqui viveu realmente.

O interesse é notar que tanto Varela como Bernardo Guimarães residiram na mesma casa, naquele tradicional solar da família de Cristiano Victor Rodrigues, onde reside atualmente o Sr. Isac da Paixão.

Também é curioso o paralelo que podemos estabelecer entre estas suas poesias que aqui transcrevemos:

 

                                                                                                      NÃO TE ESQUEÇAS DE MIM                                                                                                                                                                                                                        Fagundes Varela

Fagundes Varela 4

Não te esqueças de mim, quando erradia
Perde-se a lua no sidéreo manto;
Quando a brisa estival roçar-te a fronte,
Não te esqueças de mim, que te amo tanto.

Não te esqueças de mim, quando escutares
Gemer a rola na floresta escura,
E a saudosa viola do tropeiro
Desfazer-se em gemido de tristura.

Quando a flor do sertão, aberta a medo,
Pejar os ermos de suave encanto,
Lembre-te os dias que passei contigo,
Não te esqueças de mim, que te amo tanto.

Não te esqueças de mim, quando à tardinha
Se cobrirem de névoa as serranias,
E na torre alvejante o sacro bronze
Docemente soar nas freguesias!

Quando de noite, nos serões de inverno,
A voz soltares modulando um canto,
Lembre-te os versos que inspiraste ao bardo,
Não te esqueças de mim, que te amo tanto.

Não te esqueças de mim, quando meus olhos
Do sudário no gelo se apagarem,
Quando as roxas perpétuas do finado
Junto à cruz de meu leito se embalarem.

Quando os anos de dor passado houverem,
E o frio tempo consumir-te o pranto,
Guarda ainda uma idéia a teu poeta,
Não te esqueças de mim, que te amo tanto.

 

                                                                                      SE EU DE TI ME ESQUECER                                                                                                                                                                                                                       Bernardo Guimarães

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Se eu de ti me esquecer, nem mais um riso
Possam meus tristes lábios desprender;
Para sempre abandone-me a esperança,
Se eu de ti me esquecer.

Neguem-me auras o ar, neguem-me os bosques

Sombra amiga, em que possa adormecer,
Não tenham para mim murmúrio as águas,
Se eu de ti me esquecer.

Em minhas mãos em áspide se mude
No mesmo instante a flor, que eu for colher;
Em fel a fonte, a que chegar meus lábios,
Se eu de ti me esquecer.

Em meu peregrinar jamais encontre
Pobre albergue, onde possa me acolher;
De plaga em plaga, foragido vague,
Se eu de ti me esquecer.

Qual sombra de precito entre os viventes
Passe os míseros dias a gemer,
E em meus martírios me escarneça o mundo,
Se eu de ti me esquecer.

Se eu de ti me esquecer, nem uma lágrima
Caia sobre o sepulcro, em que eu jazer;
Por todos esquecido viva e morra,
Se eu de ti me esquecer.

 

Depois de termos mencionado esses grandes nomes que muito enriqueceram a Literatura Nacional, passemos agora a analisar os nossos poetas legitimamente catalanos, se bem que alguns dêles aqui não nasceram, mas assim so consideramos, pelo amor que tiveram a esta terra e pelos longos anos que nós viveram. E não é com menor entusiasmo e orgulho que mencionamos os conhecidos nomes de Ricardo Paranhos, Alceu Vitor Rodrigues e muitos outros, que também se nos apresentam numa esfera bastante elevada, imortalizando a nossa querida terra em suas canções de singular beleza. Façamos, pois uma apresentação dêsses imortais catalanos, como homenagem da Comissão Artística dos festejos do 1º Centenário.

 

ROQUE ALVES DE AZEVEDO (1838 – 1869)

Estudou no famoso colégio do Caraça e foi contemporâneo de Bernardo Guimarães. Era filho adotivo do antigo chefe politico, Cel. Roque de Azevedo. Possuía estilo mordaz e irônico, à maneira de Bocage. Êstes versos que aqui publicamos são de 1866 e qua e tôdas as composições de “Roquinho” se afastaram dêste gênero, preferindo depois o humorismo.

 

SONÊTO

Lindos, longos, finíssimos cabelos,

Pelos quais o fagueiro amor só jura

Face em que a rosa à neve se mistura,

Uns olhos garços por mortais mais belos.

Colo de neve por que ardo em zelos

Mas que vencem do mármore a candura,

Coração, oh! desar de pedra dura,

Uns tesouros de amor… quem pode vê-los?

Uns lábios de rubi, um rir divino,

Boca a que dão as pérolas ornato

Voz angélica, um gesto peregrino.

Alma em tudo insensível, gênio ingrato,

Um corpo enfim, de júpiter só dino

Daquela por quem morro-eis o retrato.

 

 

RICARDO PARANHOS (1866 – 1941)

Filho do Cel. Antônio da Silva Paranhos, ex-senador da Republica, fez seus primeiros estudos em Paracatu, transferindo-se depois para São Paulo onde cursou até a idade de 18 anos, quando então foi forçado a abandonar os estudos, por graves incômodos de saúde. É autor de diversas obras inéditas dentre as quais se destacam “Os canibais” referente à trágica morte de seu pai, “O crime de Catalão”, panfleto onde são elucidados os célebres acontecimentos políticos desta cidade. Fez parte da “Arcádia Catalana”, ao lado de Randolfo Campos, Gastão de Deus, Alceu e Roque Alves de Azevedo. É autor de poema que tocou muito de perto na sensibilidade dos catalanos e que por isso se tornou muito popular, a célebre “Despedida de Catalão”. Esta bela poesia foi depois por êle remodelada, conforme a copia que publicamos, para adaptar melhor à musica que para ela compôs sua sobrinha Dona Esmeralda Paranhos de Oliveira, que hoje reside em São Paulo.

                                                                                          DESPEDIDA DE CATALÃO

 

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Vou partir, eu vou deixar-te,

Terra minha, sonhos meus!

Vou partir p’ra longes plagas

Terra minha, adeus, adeus.

Deixo tudo quanto adoro,

Risos, sonhos, meus amores,

Êstes montes, êstes vales,

Êstes campos, estas flores

Êstes bosques redolentes

Essas serras afastadas

Tão azuis, tão pensativas,

Estas rubras alvoradas.

Lá no morro da Saudade

Poisa a nívea capelinha,

Onde às tardes revoando

Chilram bandos de andorinhas.

– Foi no cimo lá do monte,

Foi no adro da capela

Que jurou ser ela minha

Que jurei ser sempre dela.

Doutro lado, na colina

Vê-se o triste campo santo,

Onde as minhas desventuras,

Eu carpi com negro pranto…

Dentro ali dalgumas tumbas

Vão pedaço de minha alma…

Tenho afetos enterrados

Na nudez daquela calma…

Tudo deixo e vou partir!

Mas eu nunca esquecerei

Esta terra em que sofri,

Esta terra em que gozei,

Pensarei nos dias idos

Com dêsgosto e com saudade,

Pois se tive aqui desditas

Também quanta felicidade!

Eu vou partindo… É chegada

A hora negra e fatal

De deixar-vos, meus amigos,

Meu feliz berço natal…

Adeus, adeus terra minha,

Venturosos sonhos meus,

Doces plagas de saudade,

Catalão, adeus, adeus…

 

 

Alceu Vitor Rodrigues (1866 – 1902)

Formado em farmácia pela faculdade do Rio de Janeiro. Era grande admirador de Vitor Hugo que parece ter influenciado muito em suas produções literárias. Morreu aos 36 anos de idade. Entre as suas poesias destaca-se “Extrema Verba” que é por sinal bastante conhecida pelos catalanos. Vejamos um de seus sonetos:

 

MIOSÓTIS

 

Tu já lêstes as baladas da Alemanha

As lendas e as canções do velho Reno,

Onde é cada vaga com um treno

Um poema de amor de luz estranha? …

Pois é lá nessa terra que ôle banha

Que entre as sarças de oloroso feno,

Fulge seu colo de lilás sereno

E as outras flores em beleza ganha.

Pois foi lá que a princesa enamorada

Ao atira-la ao turbilhão das águas

Disse ao amante: Vai buscá-la, sim…

– Por certo, meu amor, adeus amada,

Morro por ti e morrerei sem mágoas,

Mas não te esqueças nunca mais de mim…

 

Randolfo Campos (1873 – 1947)

Natural de São Gotardo, Minas, Estudou em diversas cidades como Campinas, Lavras, São João D’EL Rei e finalmente em São Paulo. Logo em seguida veio para Catalão onde se casou e constituiu família. Foi professor, jornalista e ocupou vários cargos públicos nesta cidade. Era grande conhecedor do vernáculo e foi sem dúvida uma das mais brilhantes inteligências de nossa terra. Deixou diversos escritos sôbre a história de Goiás e dois cadernos de poesias de onde extraímos o seu último sôneto:

Randolfo

CONTRASTE

Sob um céu limpo, côr de prata fosca

A passarada, alegre, deixa os ninhos

Úmidos, retrançados de pauzinhos,

Contra insetos hostis ou intrusa mosca.

Na brasileira sela, os passarinhos,

Cantando, levam à casinha tosca

Fibras que ali retorcem como rosca,

A farta provisão, plumas, arminhos.

Além de nossos mares, outra é a sorte

Da alada fauna, ante a miséria e a guerra

Nada respiga é tudo fumo e morte.

E o canto que desfere, ai! rude encerra

Maldição às humanas vis coortes

Que a desgraça destendem sôbre a terra.

 

Gastão de Deus Vitor Rodrigues (1883 – 1917)

Era irmão do autor de “Extrema Verba”.  Estudou em Paracatu e doutorou-se em Direito pela Faculdade de Goiás. Morreu em Anápolis onde exercia o cargo de Juiz de Direito, deixando dois livros publicados: “Agapantos”, poesias e “Páginas Goianas”, ligeiro estudo de poetas goianos completado por alguns contos de sua autoria. Do seu livro “Agapantos” extraímos o seguinte sonêto:

gastão

GOIÁS

“Coração do Brasil” soberba terra,

Terra augusta dos brincos da Natura!

Quanto néctar o seio teu encerra,

Ninho rico de vida e formosura!

Grande veiga brasílica onde Flora

Espargiu plantas mil de belas comas,

Onde canta, alacrante, a voz canora

De lindíssimas aves policromas!

Néscios há que proclamam-te a pobreza.

Desconhecem, talvez, a grã-riqueza

Que arrancaram-te os teus descobridores.

Ver-te um dia primar, como eu quisera!

Eldorado dos sonhos de Anhanguera,

Eia! Avante, Goiás! – campo de flores!…

 

Gerson Cunha (1884 – 1939)

Como jornalista era conhecido pelos pseudônimos: “Zé Mangaba”, “Paulo Sancho” e outros mais. Foi também poeta e dos melhores. Como prova de sua sensibilidade e ternura, publicamos êste sonêto que êle escreveu por ocasião da morte do Dr. Astério Vaz. 

A MEMÓRIA DE ASTÉRIO VAZ

Ainda no verdor da juventude

Partiste, agora, para a eternidade!

Alma feita de luz e de virtude,

Espêlho de perdão e da bondade.

Descansa lá no azul da imensidade

E que jamais …………………. se mude

Aquela ……………………………………..

Do ……………………………………………

Se …………………………………………….

Dos anjos e ……………………………….

– Lírio divino e ………………………….

E sôbre est’alma, que a tu’alma inveja,

Desprende um raio, ou um fulgido clarão

Que me faça ditoso no infinito.

 

Itamar de Santana (1890 – 1947)

Sobrinho de Gerson Cunha, natural de Paracatu para cá mudou ainda moço tendo ocupado o cargo de escrivão do Registro Civil. Deixou um caderno de poesias. Já nos últimos dias de sua vida escreveu sua ultima poesia:

DIVAGAÇÃO

Se condenados fôssemos à vida

Eterna na matéria, suportando

Infinitamente a dor, esta lida,

Miserável, insana e dura, quando

A enfermidade, com seu vil cortejo,

Nos visita mornamente na pobreza,

Quem não havia de sentir desêjo

De deixar esta vida de tristeza

E procurar na paz da sepultura

O descanso de tanta desventura?

Se não nos abrisse essa única porta,

A morte, que nos libera da dor

Ferina que ninguém sempre suporta

Quem não teria da vida pavor?

 

Luíz do Couto

Pouco sabemos no momento a respeito dêste grande escritor goiano. Natural de Goiás para aqui veio  por volta de 1915 na qualidade de Juiz de Direito desta Comarca. É autor de vários livros já publicados e de “Moema” um poema de rara beleza. Encontramos no álbum “Catalão Ilustrado” esta poesia:

SONHO QUE PASSA

O sonho já sonhado

É miragem que foge e não se alcança:

E o arco-íris longínquo, desmaiado,

Que os olhos da velhice

Imprimem na lembrança,

Como se no presente êle existisse…

E agente ainda vive dêsse sonho,

Dêsse sonho que passou…

Dessa fôlha irisada onde ainda ponho

Tôda a saudade, todo o amor divino

Que o tempo aniquilou

E que até hoje guia o meu destino…

Os olhos fecho. O mundo da saudade

O pensamento meu doma e povoa…

E vejo a mocidade

Muito longe, bem longe… uma garoa

Com seus traços de luz esmaecida,

Como se fosse um pouco de ilusão

Que desse alento a uma sonhada vida

E embalsamasse todo um coração!

E nada resta mais, além da esquiva

Recordação: eterna, murcha flor

Da última esperança fugitiva,

Da luz doirada do primeiro Amor!

 

Antero Costa Carvalho (1936)

Natural de Campo Grande aqui viveu alguns anos, tendo ocupado diversos cargos públicos. Colaborou com o Dr. Antônio Azzi na direção do jornal “O Esporte”. Deixou um caderno de poesias que foi desaparecido logo após sua morte. Muito emocionante é sua poesia. “Já no fim”, que ele escreveu no carcere pouco antes de ser barbaramente assassinado. É t5ambém de sua autoria o sonêto abaixo:

Antero

O JUDEU

“Caminha para sempre”! assim Jesus lhe disse

Co’a Justiça e poder do seu divino mando

E o impiedoso judeu, inóspito, execrando,

Partiu, para que a pena eterna se cumprisse

E, segundo nos dia a popular crendice,

O homem que expulsara Jesus o exprobando,

Caminha, desde então, um pouco suplicando,

Sem que ninguém té hoje seu lamento ouvisse…

“Caminha” a cada instante uma voz determina!

É a voz do Remorso através da retina

Dos olhos da Consciência, em grandes reverberos!

E essa história extraída do domínio da fábula!

Deve servir de exemplo, em forma de parábola,

A humanidade vil – a turba de Ashaverus.

 

Wilson Elias Democh (1929 – 1952)

Estudou em Goiânia e Belo Horizonte tendo se radicado aqui como contador e professor na Escola Técnica do Comércio. Colaborou em diversos jornais e revistas e teve a ventura de publicar em vida o seu livro: “Máximas e pensamentos”. É autor de muitas obras inéditas. Moço inteligente e estudioso teve sua brilhante carreira interrompida por um acidente que lhe levou a vida. De seu repertorio poético escolhemos essa bela poesia intitulada:

 

ELOGIO A VIDA

O sono duma criança

Um jardim florido

Aves nos arvoredos,

Um cair da tarde,

Um amanhecer.

– QUEM OS FAZ? – a vida!

Aguas que se despencam nas cachoeiras,

Animais que vivem na inocência

Homem que ama seu semelhante,

Mães que acaricia o filho

– Quem nos dá isto – a vida!

Ignorância que se transforma em Sabedoria

Criminosos que se fazem Santos.

Virgens que desposam Cristo,

Sêres que choram o arrependimento,

Progresso que se manifesta em tudo,

– Quem realiza isto? – a Vida!

A vida até a morte transforma,

Pelos conhecimentos que traz,

Demonstra a naturalidade desta.

 

Dr. David Persicano (1886 – 1958 )

Nasceu em Amparo, Estado de São Paulo, e foi muito cedo para a Capital Paulista onde concluiu o curso secundário. Iniciou o curso de Medicina no Rio de Janeiro vindo a concluí-lo em Salvador com grande brilhantismo. Clinicou durante 40 anos em nossa cidade e foi onde êle compôs os mais belos versos de seus dois livros inéditos. “Noite de Luar” e “Mocidade Morta”.  É de um encanto singular êste sonêto de sua autoria:

 

O BARCO

Traz-me saudades êste barco!… Outrora
Era de ver-se o meu viver ligeiro
Correndo atrás das coisas que o primeiro
Sonho põe nalma límpida e sonora…
Como êste rio murmúro que chora
Fala-me do bambual e do ingaseiro
A cuja sombra o seu rolar fagueiro
Não tinha a voz tão triste como agora…
Traz-me saudades êste barco, ó rio,
Tu que embalaste tanto com teus beijos,
Dá-me que eu beije o túmulo sombrio
Em cujo fundo cascomido resta
Um passado de sonhos e desejos
Sob a queixa ululante da floresta!…

 

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