Uma Imprensa Sempre Ativa por Maria das Dores Campos

Conforme dados históricos reunidos através da Agencia Municipal de Estatísticas por parte dos senhores agentes Randolfo Campos, Lourival Álvares de Campos e Thales Netto de Campos, juntamente com números de jornais por mim colecionados, reunimos o seguinte relatório sobre a imprensa catalana:

– Goiás e Minas – Foi um órgão noticioso fundado em Catalão em 15/03/1900 que viveu até 1904. Apesar de ter colaboração de elementos de Minas Gerais, era editado nesta cidade, em oficinas localizadas na parte térrea do antigo sobrado do Senador Paranhos, onde hoje se encontra o prédio do senhor Willian Tartucci. Seu fundador foi o senhor Absaí de Andrade, que veio de São Paulo, criando aqui a primeira tipografia, com o capital do senhor Joaquim Rodrigues Lopes, o conhecido “Mestre Quincas”, veterano da Guerra do Paraguai, professor de musica, criando em Catalão a primeira Banda de Musica e dirigindo o coro da igreja. Era o diretor e proprietário do jornal e o corpo de redatores compunha-se de Absaí de Andrade, Randolfo Campos, Francelino Franklin Ferreira e o Dr. Eneas Tolentino Figueiredo Bretas.

Contava esse jornal com a constante colaboração de elementos de fora, tais como: Henrique Silva, general Socrates do Nascimento, general Estillac Leal, Félix de Bulhões, Joaquim Bonifácio (poeta goiano), Cylleneo de Araujo (Leo Lynce), Leopoldo de Bulhões, Gonzaga Jayme, todos estes, poetas e escritores que residiam fora de Catalão. Eram seus tipógrafos: Antônio Pimentel, Paranhos (Tomé), João Leal, Absaí de Andrade, Randolfo Campos, Álvaro
Paranhos de Mendonça e Lourival Álvares de Campos.

Esse órgão noticioso deu muita publicidade aos acontecimentos sociais e políticos de Catalão. O senhor Randolfo Campos, um dos mais fortes esteios desse jornal possuía vários números do Goiás e Minas, os quais foram emprestados, por ocasião da inauguração de Goiânia, e não foram devolvidos. No meu livro “Catalão, Estudo Histórico e Geográfico”, estão publicadas duas fotografias referentes ao jornal Goiás e Minas.

2º – Sul de Goiás – Semanário fundado por Messias Santana em agosto de 1907. Durou menos de um ano, sendo interrompido por questões políticas.

3º – Gazeta de Catalão – Iniciou em 24 de junho de 1910. Órgão político do partido democrático, dirigido por Elizeu da Cunha e Miguel José da Costa. Durou até 1913.

4º – O Parafuso – Funcionou apenas um ano, de 1911 a 1912, dirigido por Itamar Santana e Matias Galvão.

5º – Fronteira do Sul – Substituiu a Gazeta de Catalão em 1913. Procurou ter imparcialidade política. Foi seu redator Miguel José da Costa, cessando em 1916.

6º – Correio de Catalão – Fundado por João Netto Carneiro Leão em 1916. Foi seu redator Manoel Dias dos Santos e cessou em 1918. Nesse periódico foi publicado um artigo, sobre a retirada da “Cruz do Anhanguera”, documento esse também transcrito em meu livro “Catalão, Estudo Histórico e Geográfico”.

7º – Sul de Goiás – Reapareceu em 1916, sob a direção de Domingos de Araujo e Silva e Moisés Santana. Era um periódico político bastante combativo e durou apenas um ano.

8º – Cidade de Catalão – Jornal literário e humorístico, publicado por um grupo de rapazes. Durou de 1916 a 1918.

9º – Novo Horizonte – Fundado por Manoel Dias dos Santos. Teve maior duração e importância. Passou por várias fases, tendo os seguintes diretores: 1º Manoel Dias dos Santos; 2º Vergillio Artiaga e 3º Zoroastro Artiaga. Nesta 3ª fase Floracy Artiaga, filha do diretor, também foi redatora, ocasião em que o jornal atravessou um período de grande projeção, circulando pelas cidades das regiões vizinhas. Era um órgão independente e noticioso, conhecido em todo o sul de Goiás. Com a revolução de 1930, passou para a direção política de Luís de Paiva Sampaio, tornando-se órgão oficial da Redação Municipal. Funcionou mais ou menos de 1925 a 1931.

10º – Anhanguera – Jornal literário e político publicado em 1918 sob a direção de Galeno Paranhos.

11º – O Mosquito – Publicado em 1920 sob a direção de Itamar Netto, era um órgão humorístico.

12º – Jornal de Catalão – Orgão independente sob a direção e propriedade de João da Cruz Gomes.

13º – O Comércio – Jornal noticioso e humorístico, cuja principal finalidade era fazer propaganda da livraria de propriedade do senhor Alcindo Dayrell.

14º – Novo Goiás – Publicado de 1931 a 1932. Independente e noticioso, de propriedade de João da Cruz Gomes.

15º – O Anhanguera – De publicação trimestral, sob a direção de Floriano Coutinho.

16º – O Esporte – Orgão do Centro Recreativo Catalano, publicado em 1934 sob a direção de Antônio J. Azzi e Antero da Costa Carvalho.

17º – Cidade de Catalão – Teve vida efêmera, circulando apenas em 1936.

18º – Folha de Catalão – Surgiu em 1936. Órgão político sob a direção de Luís de Paiva Sampaio e redação de J. Azzi, que tentou substituir o Novo Horizonte.

19º – O estudante – Órgão do curso de Madureza, publicado em 1936, quinzenal sob a direção de Gibrail Alves Abud.

20º – O Pirapitinga – Direção de José de Anchieta Faleiros, órgão do Colégio Nosssa Senhora Mãe de Deus.

21º – Catalão – Orgão independente que existiu em 1943, na administração do prefeito Francisco Balduino Santa Cruz.

22º – Luz Agostiniana – Publicado em 1946 sob a direção dos alunos do Colégio Nossa Senhora Mãe de Deus.

23º – O Pelourinho – Fundado em 1948 sob a direção de Júlio Pinto de Melo e Mauro Campos.

24º – A Folha (1ª fase) – Órgão que substituiu O Pelourinho em 1949, sob a direção de Júlio Pinto de Melo e redator Mauro Campos.

25º – A Folha (2ª fase) – Reapareceu em 1956. Diretor Julio Pinto de Melo. Redatores: Labiba Fayad e Wilson Fayad.

26º – A Voz do Estudante – Órgão do Ginásio São Bernardino de Siena, sob a direção do professor Aguinaldo de Campos Netto.

27º – Rotary Clube de Catalão – em 1957.

28º – Tribuna de Catalão – De propriedade da Tipografia Progresso. Redator: Paulo Faiad Seba.

29º – O Estrondo

30º – O Raio

31º – O Sorriso

32º – O Crepúsculo Matutino

33º – O Cooperador Cristão

34º – O Catalano – Fundado em 30 de outubro de 1973 por José Candido de Oliveira, durou até 1976. Redatores: Luziano Eurípedes da Cruz e Péricles Goulart.

35º – A Voz do Sudeste – Em substituição a O Catalano, criado por José Candido de Oliveira de 1976 a 1979.

36º – A Voz do Sudeste – Reaparece em 20 de agosto de 1985. Dirigido pelo mesmo José Candido de Oliveira. É o nosso atual jornal em circulação tento o tamanho standard e com muita aceitação em todo o município e região Sul do Estado.

37º – O Mutirão – Órgão da Prefeitura Municipal surgido em 1984.

38º – O Chapadão – Orgão informativo da Associação dos servidores da Asgofértil, publicado de junho de 1982 a agosto de 1985.

39º – Jornal da Goiasfértil – órgão mensal informativo da Assessoria da Goiasfértil, atualmente em circulação.

Pela relação exposta, relatando um grande número de jornais criados, quase todos com vida efêmera, notamos que apenas dois tiveram maior publicação, apresentando aspectos e condições de um verdadeiro jornal. O Goiás e Minas, que teve um corpo brilhante de redatores, circulando no Triângulo Mineiro e Sul de Goiás. E o Novo Horizonte, que também teve projeção fora do âmbito local e existiu por vários anos.

Que a Voz do Sudeste, nosso atual órgão publicitário, se firme como jornal, tanto ampliando e variando sua matéria, como ampliando seu circuito de divulgação firmando-se como órgão independente que não seja totalmente subordinado a nenhuma coação político-partidária, para que possa ter vida própria e ampla aceitação.

Maria das Dores Campos

 

FONTE: Jornal A Voz do Sudeste – ANO I – Nº 18 – Organização José Candido – Catalão, 5 a 20 de agosto de 1986 – Página 6 – Edição Especial Catalão, 127 anos.

FOTO CAPA: Em frente à tipografia do jornal Goiaz e Minas — Da esquerda para direita: 1) Randolfo Campos; 2) Francelino Franklin Ferreira; 3) Teobaldo Aires da Silva: (menino); 4) João Leal; 5) Lourival Álvares de Campos (menino com jornal nas mãos); 6) criança assentada; 7) desconhecido; 8) Álvaro Paranhos; 9) Absaí de Andrade; 10) Tomé Paranhos; 11) Ricardo Paranhos – FONTE: CAMPOS , 1976

FOTO: Em frente à tipografia do jornal Goiaz e Minas — Da esquerda para direita: 1) Randolfo Campos; 2) Francelino Franklin Ferreira; 3) Teobaldo Aires da Silva: (menino); 4) João Leal; 5) Lourival Álvares de Campos (menino com jornal nas mãos); 6) criança assentada; 7) desconhecido; 8) Álvaro Paranhos; 9) Absaí de Andrade; 10) Tomé Paranhos; 11) Ricardo Paranhos – FONTE: CAMPOS , 1976

FOTO: À esquerda, o casarão da família Paranhos que abrigava as oficinas do Jornal Goiás e Minas e hoje se encontra o prédio do senhor Willian Tartucci

FOTO: Randolfo Campos

FOTO: Thales Netto de Campos

Joaquim Bonifácio (poeta goiano)

FOTO: Cyllenêo Marques de Araujo Valle (poeta, advogado, jornalista e político)

FOTO: Álvaro Paranhos de Mendonça

FOTO: Lourival Álvares de Campos

FOTO: Floracy Artiaga

FOTO: Galeno Paranhos

FOTO: Júlio Pinto de Mello 

FOTO: Zoroastro Artiaga