ASCATE: Dois anos ultrapassando limites – Saber um pouco mais é tão importante quanto ajudar

Saber um pouco mais é tão importante quanto ajudar.

‘A equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo, animal que apresenta movimento tridimensional (para frente/ trás; para cima/baixo; para os lados), que é 95% semelhante ao andar do homem;  isso faz dele uma ferramenta terapêutica.

O cavalo envia informações sensoriais ao praticante que, por sua vez, busca respostas apropriadas a estes estímulos. Em virtude disso, ocorre melhora nas funções neurológicas e no processamento sensorial.

 

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O movimento tridimensional é rítmico, repetitivo e variável.

A variedade de movimentos do cavalo, permite ao terapeuta adequar cada praticante de acordo com sua necessidade (informações sensoriais), junto com sua terapia, o que permite alcançar um objetivo comum.

Para entender melhor esse processo, é necessário saber que a cada passo do cavalo, o centro de gravidade do praticante é deslocado da linha média, estimulando assim, as reações de equilíbrio, que proporcionam a restauração do centro de gravidade dentro de sua base de sustentação.

Nesse momento, o sistema vestibular á acionado, estimulando suas conexões entre os canais semicirculares, onde as células ciliadas captam a movimentação da endolinfa provocada pelos movimentos da cabeça com o cerebelo, córtex cerebral, medula espinhal, nervos periféricos tanto no sentido ascendente quanto descendente’. (Tatiana Lermontov, 2004).

‘Dentro da coluna vertebral está a medula espinhal, que é a conexão de todo nosso corpo com SNC.

 

A chave do movimento tridimensional está na cintura pélvica do praticante.

 

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O cavalo, ao deslocar-se ao passo, gera oscilações  que são transmitidas pela coluna vertebral até o SNC; em 30 minutos temos de 180 a 220 oscilações.
Sabemos que as informações chegam ao cérebro de forma pulverizada – em várias regiões ao mesmo tempo, chegam ao cérebro através dos imputs cerebrais e essas informações “marcam” redes neuronais.

Essas “marcas” são feitas por sinapses, que são trocas de substâncias químicas, elétricas entre células nervosas,  que são denominadas neurônios.

As sinapses ocorrem porque há um estímulo que a desencadeia, os neurônios estimulados e utilizados, fixam-se como instrumento do pensamento durante um período crítico e, com isso, fazem novas conexões para outras informações sejam armazenadas.

Essas conexões formadas podem levar a uma mudança na arquitetura cerebral, o que causa uma série de novos ajustes, dando-se, assim, o desenvolvimento do cérebro. Os neurônios aumentam ou diminuem sua atividade, de acordo com a excitação ou inibição de impulsos elétricos com outros neurônios a eles conectados’. (CIELO, 1998).

 

Todo esse processo incrível acontece numa sessão de equoterapia e favorece seu praticante.

 

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Ao montarmos um cavalo, o cérebro está em plena atividade, alerta, permitindo que ocorram ajustes: posturais, de fala, de respiração (…), aumentando o estado de vigília, melhorando a atenção (base do aprendizado), chegando, enfim, à concentração – onde realmente ocorre o aprendizado.

 

Diante deste cenário tão propício à saúde e inclusão, surge a iniciativa para a fundação da Associação Catalana de Equoterapia, que nasceu da união de cidadãos interessados na reabilitação de pessoas  por meio da utilização de cavalos e suas potencialidades.

À frente desde a fundação, está a  fisioterapeuta Fernanda Ferreira, presidente da entidade até Dezembro de 2015. Na época, os fundadores notaram a grande demanda de pessoas com deficiência e necessidades especiais no município, e que poderiam ser beneficiadas por este serviço. Até então, não havia na cidade um centro de equoterapia que pudesse atender a essa demanda.

 

E dia 12 de setembro de 2013 marcou, em Catalão, a data do primeiro passo social do homem sob seu cavalo.

 

No estatuto, entre outros propósitos nobres, destaca-se que os serviços de equoterapia demandam custos elevados para a manutenção das condições básicas. Por esta razão,  o grupo optou por fundar uma instituição sem fins lucrativos, pois assim seria possível angariar fundos de diversas vertentes, possibilitando o atendimento gratuito de equoterapia para  todas as classes sociais do município catalano e região.

 

E o cidadão catalano pode atuar.

Seja voluntário. Seja um doador. Seja parceiro!

No Parque de Exposições de Catalão, num espaço oferecido pelo Sindicato Rural, acontecem as sessões de equoterapia e atendimentos dos profissionais (terapeuta, fisioterapeuta, psicóloga) aos praticantes.

São três cavalos – todos doados – que atuam nas atividades específicas, sempre acompanhadas por um profissional capacitado.

Existe uma fila de espera  composta por  pessoas que precisam da atividade; crianças, jovens e adultos. Há outras necessidades para que o trabalho corra em perfeita harmonia e que continue rendendo frutos para os que praticam e felicidade para as famílias que têm seus filhos, parentes e outros queridos assistidos com tanto carinho e profissionalismo.

 

Deise Pasquarelli

Assessoria de Imprensa Voluntária