Goiás Social leva cursos profissionalizantes aos Kalunga do Tinguizal

Oportunidades são oferecidas por meio da Secretaria da Retomada, via Colégios Tecnológicos, nas áreas de agricultura e empreendedorismo

Dentro da comunidade Kalunga do Tinguizal existe o coletivo Tuya Kalunga, grupo formado por mulheres que desejam produzir uma moda ligada à sua ancestralidade e cultura (Foto: Página do coletivo Tuya Kalunga no Facebook)

 

O programa Goiás Social chega à comunidade Kalunga do Tinguizal, localizada no município de Monte Alegre de Goiás, região Nordeste do Estado, nesta terça-feira (19). A comunidade será beneficiada com a oferta de mais de 750 vagas em cursos profissionalizantes dos Colégios Tecnológicos (Cotecs), administrados pela Secretaria da Retomada.

Serão ofertados cursos nas áreas da agricultura, como agroecologia, doces e compotas, plantas e ervas medicinais, assim como cursos de modelagem e costura, biojoias, marketing digital, empreendedorismo e informática básica. Os cursos ofertados foram selecionados de acordo com as oportunidades próprias da região, a possibilidade para abertura de novas áreas de atuação e os interesses do grupo.

A comunidade Kalunga do Tinguizal foi uma das que sofreu com as enchentes que assolaram a região Nordeste do Estado em dezembro de 2021 e agora luta por novas oportunidades de atuação e geração de renda, um objetivo que condiz com a atuação do programa Goiás Social. Gerenciado pelo Gabinete de Políticas Sociais (GPS), em parceria com a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), o programa foi lançado em junho de 2021 e, desde então, realiza ações para a superação de carências sociais em diferentes municípios do Estado.

Para o secretário da Retomada, César Moura, a proposta de levar os cursos dos Cotecs aos moradores da comunidade Kalunga demonstra o cuidado do governador Ronaldo Caiado e da primeira-dama Gracinha Caiado. “Nossa preocupação máxima na Retomada é garantir oportunidades de emprego, renda, com foco no empreendedorismo. Esta ação no Tinguizal é outro exemplo prático destes pilares”, comenta Moura.

Tuya Kalunga

Dentro da comunidade Kalunga do Tinguizal existe o coletivo Tuya Kalunga, grupo formado por mulheres que desejam produzir uma moda ligada à sua ancestralidade e cultura. As participantes do coletivo trabalham com quatro máquinas de costura doadas. Agora, com a oferta de um curso de modelagem e costura, as integrantes do coletivo têm a oportunidade de profissionalizar a sua produção, sem deixar de lado as características que tornam a sua moda única.

O coletivo Tuyas conquistou um ponto de venda na Rua 44, um dos maiores polos de vestuário do país e, graças a esse avanço para a sua atuação, a comunidade também terá acesso a treinamentos e cursos ligados à área do empreendedorismo e do marketing digital. “A nossa história está centralizada na costura, nos acessórios e no empoderamento da mulher Kalunga. A marca Tuya Kalunga não é apenas roupa em si, é cuidado que a gente tem com as mulheres Kalunga”, destaca Maria Helena, a representante do coletivo.

Visitas e reestruturação

Os cursos ofertados à comunidade Kalunga do Tinguizal são fruto de uma parceria entre o GPS e a Retomada, com o apoio dos Colégios Tecnológicos do Estado de Goiás (Cotec), rede de ensino operacionalizada pelo Centro de Educação, Trabalho e Tecnologia da Universidade Federal de Goiás (Cett/UFG).

Diferentes equipes do Cett/UFG visitaram a comunidade e analisaram as condições da localidade para sediar os cursos planejados. Foram realizadas pequenas reestruturações na rede elétrica e hidráulica da comunidade para garantir a oferta. Essas mudanças foram realizadas sem alterar a base estrutural da localidade, pois as estruturas erguidas na comunidade também fazem parte da historicidade dos Kalungas de Tinguizal e devem ser preservadas.

Alethéia Cruz, diretora de Desenvolvimento e Avaliação do Cett/UFG, foi uma dessas visitantes e destacou a ligação dos Kalunga do Tinguizal e das Tuyas com o seu território como algo capaz de fortalecer a atuação do grupo e gerar novas oportunidades de atuação e renda, sem enfraquecer a sua cultura. “A beleza de tudo é perceber a força que essas mulheres têm em dizer ‘Queremos estar aqui, não queremos ser expulsas, queremos usufruir da nossa terra, explorá-la de forma diferente. Nós queremos ter outras opções para geração de renda e trabalho’”, descreve a diretora.

Fonte: Secretaria da Retomada – Governo de Goiás