Livraria da Travessa e Objetiva convidam para o lançamento do livro Voo cego – de Ivan Sant`Anna e Luciano Mangoni

Em 25 de janeiro de 1990, o voo 52 da Avianca saiu do aeroporto El Dorado, em Bogotá, na Colômbia, com destino a Nova York. Era um dia de chuva, com nevoeiro e fortes ventos, o que tornava a aterrissagem do Boeing uma manobra perigosa. Junte-se a isso o intenso tráfego aéreo do JFK e a dificuldade de comunicação dos pilotos colombianos — que não falavam bem o inglês — com os controladores de voo norte-americanos. Depois de uma tentativa frustrada de pouso, inexplicáveis eventos alteraram a vida das 158 pessoas que estavam no avião.

O acidente, que matou 73 pessoas e deixou 81 em estado grave, tornou-se emblemático nas escolas de aviação e passou a ser sistematicamente estudado com o intuito de evitar novas tragédias. Autor de três livros sobre desastres aéreos, em Voo cego Ivan Sant’Anna se uniu ao piloto Luciano Mangoni para reconstituir, passo a passo, a trajetória do AVA 052 até o momento da queda em Cove Neck, uma localidade residencial exclusiva do condado de Nassau, na Grande Nova York, a 35 quilômetros do aeroporto JFK.

Às 13h10 de quinta-feira, 25 de janeiro de 1990, um Boeing 707, prefixo hk-2016, da companhia aérea colombiana Avianca, cumprindo o voo ava052, decolou do aeroporto internacional El Dorado, em Bogotá, com destino a Nova York e escala em Medellín. O comandante da aeronave era Laureano Caviedes, de 51 anos. Tinha como primeiro-oficial (copiloto) Mauricio Klotz, de 28. Completava a tripulação da cabine de comando o engenheiro de voo Matías Moyano, 45. Seis comissários, três homens e três mulheres, cuidariam do serviço de bordo. Cinquenta e quatro minutos após partir de Bogotá, a aeronave pousou no aeroporto internacional José María Córdova, em Medellín, de onde partiu uma hora e quatro minutos mais tarde. A bordo, além da tripulação, 149 passageiros.

De acordo com o laudo o laudo do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (National Transportation Safety Board — NTSB), órgão do governo americano responsável pela investigação do desastre, a principal razão da queda foi uma pane seca (esgotamento do combustível em pleno ar), o mesmo motivo que levou recentemente à queda da aeronave com a delegação da Chapecoense. O mau tempo na costa leste americana, que retardou o pouso, e as falhas de comunicação do piloto e copiloto colombianos com os controladores de voo americanos criaram as condições para o desfecho trágico.

Os autores reconstituem o perfil dos passageiros, a maior parte fornada por colombianos, as condições do voo e da aeronave e narram a sucessão de erros que resultou na tragédia. É bastante vívida a descrição dos momentos de horror e sofrimento que se seguiram ao forte impacto do Boeing no solo. Mas também emocionantes os relatos da solidariedade dos moradores das redondezas que prestaram os primeiros socorros e salvaram vidas, assim como o reencontro de familiares que sobreviveram ao acidente.

No epílogo, os autores ainda traçam um breve paralelo entre o acidente narrado no livro e a tragédia recente ocorrida na Colômbia com a delegação da Chapecoense. “Há uma incrível coincidência entre as tragédias dos voos Avianca 052 e LaMia 2933. Ambos caíram por falta de combustível. O voo 52 se espatifou a 35 quilômetros de sua pista de pouso; o LaMia, a 30. Medellín foi o ponto de partida do Avianca 052 e era o destino do LaMia. O povo colombiano se envolveu emotivamente com os dois acidentes”, contextualizam os autores.

IVAN SANT’ANNA é carioca, nascido em 1940. Depois de quase quarenta anos no mercado financeiro, trocou os números pelas letras. Em 2000, lançou Caixa-preta, e desde então publicou diversos livros-reportagem, todos pela Objetiva.

LUCIANO MANGONI é carioca, nascido em 1962. Começou sua carreira na aviação aos 22 anos, na Varig. Atualmente é comandante de Boeing 777 na Turkish. É formado em engenharia mecânica e direito.

Autor: Ivan Sant`Anna e Luciano Mangoni
Editora: Companhia das Letras
Publicação: 2017
Páginas: 200
Preço sugerido: R$ 44,90

FONTE: revista Plurale

 

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