Museus do Estado de Minas Gerais têm programação especial na 17ª Primavera dos Museus

Museus e instituições culturais do Estado de Minas Gerais participam da 17ª Primavera dos Museus, que ocorre desta segunda-feira (18) até domingo (24/9). O tema desta edição é “Memórias e Democracia: pessoas LGBT+, indígenas e quilombolas”. A proposta é estimular os museus, detentores e promotores da memória, da cultura e das artes a contribuírem para o reconhecimento, a valorização e o protagonismo das pessoas LGBT+, indígenas e quilombolas na produção das suas próprias memórias.

Neste sentido, as instituições do Governo do Estado de Minas Gerais – Museu Mineiro, Centro de Arte Popular, Museu Casa Guimarães Rosa, Museu Casa Alphonsus de Guimaraens e Museu Casa Guignard – promovem uma série de ações a fim de contribuírem para a formação de um outro olhar sobre suas coleções e iniciar um processo sincero de escuta, revisão e reparação.

A Primavera dos Museus é promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e envolve museus e instituições culturais em todo o país. A iniciativa ocorre anualmente, sempre no início da estação da primavera.

Sistema Estadual de Museus de Minas Gerais promove ciclo de palestras

Como parte da programação da 17ª Primavera dos Museus, o Sistema Estadual de Museus de Minas Gerais um ciclo de palestras especial abordando temas sobre pessoas LGBT+, indígenas e quilombolas. Todas as conferências são gratuitas e online, por meio da plataforma Microsoft Teams, bastando fazer inscrição por meio do link correspondente.

PROGRAMAÇÃO PRESENCIAL DOS MUSEUS ESTADUAIS

MUSEU MINEIRO | BELO HORIZONTE

Roda de Conversa “Museu, Memória e Diversidade de Gênero: diálogos possíveis”
Data:
20 de setembro de 2023
Horário: 14h30 às 16h
Local: Museu Mineiro – Avenida João Pinheiro, 342, Circuito Liberdade / Belo Horizonte

A formação tem como intencionalidade repensar e discutir o lugar da diversidade de sujeitos e corpos dentro do museu, com destaque para a população LGBTQIAPN+. Historicamente, as expressões de gênero que escapam da heteronormatividade binária são lidas como abjetas, dissidentes e precarizadas, sendo, portanto, obliteradas de seus direitos de cidadania. Nesse sentido, é fundamental resgatar memórias, histórias, objetos, discursos e práticas de valorização da diversidade por meio de uma política de aliança entre corpos com diferentes marcadores sociais como gênero, raça, idade, classe social, deficiência, território entre outros. Visibilizar e protagonizar as diferenças de uma cultura é um importante passo em direção à uma sociedade que se pretenda democrática e cidadã.

Mediadores:
Cláudio Eduardo Resende Alves: Gestor de Políticas Públicas da Secretaria Municipal de Educação de BH – Núcleo de Educação, Cultura e Cidadania
Rebeca Cristina Lloyd: Gestora de Políticas Públicas da Secretaria Municipal de Educação de BH – Núcleo de Educação, Cultura e Cidadania.

CENTRO DE ARTE POPULAR | BELO HORIZONTE

Abertura da exposição temporária “ Bonecas de barro: o viver do Vale”
Data: 21 de setembro de 2023
Horário: 19h
Período de visitação: 21/09 a 22/10/2023
Local: Centro de Arte Popular – Rua Gonçalves Dias, 1608, Circuito Liberdade/ Belo Horizonte
Curadoria: Uiara Azevedo e Renata Fonseca

Noivas, mulheres grávidas, mulheres com vestidos enfeitados, mulheres carregando e amamentando seus filhos, essas são algumas das personagens presentes nas bonecas de cerâmica do Vale do Jequitinhonha, que carregam consigo uma verdadeira história de lutas e conquistas de mulheres que encontraram na produção das peças de cerâmica o sustento de sua família.

A Exposição “Bonecas de barro: o viver do Vale” apresenta um acervo de 23 bonecas que estavam em exibição na sede da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais e que passam a integrar o acervo do Centro de Arte Popular.

Oficina “Flores de papel”
Data: 19 e 20 de setembro de 2023
Horário: 14h às 17h
Número de participantes: 12 vagas por dia
Local: Centro de Arte Popular – Rua Gonçalves Dias, 1608, Circuito Liberdade/ Belo Horizonte
Inscrições pelo link: https://docs.google.com/forms/d/1cRrBD4l8_ikj0XmxsCvJKYiO1yPseEizchzbD7EHvCg/edit

A oficina será ministrada por Márcio Fonseca, funcionário do CAP. Esta ação tem como objetivo disseminar atividades artísticas e promover a socialização, possibilitando o acesso do cidadão às manifestações culturais tradicionais, bem como uma aprendizagem ampla e contínua.

Márcio Fonseca é funcionário do Centro de Arte Popular há três anos. Participou de várias oficinas realizadas aqui no Museu e tornou-se um profundo admirador do artesanato, especializando em trabalhos manuais em papel e tecido. 

MUSEU CASA GUIMARÃES ROSA | CORDISBURGO

Roda de Conversa “Museu, Memória e Diversidade de Gênero: diálogos possíveis”

Data: 21 de setembro de 2023
Horário: 14h às 16h
Local: Centro de Atendimento ao Turista de Cordisburgo – Avenida Padre João, 407, Cordisburgo

No escopo da programação da Primavera de Museus, a formação tem como intencionalidade repensar e discutir o lugar da diversidade de sujeitos e corpos dentro do museu, com destaque para a população LGBTQIAPN+. Historicamente, as expressões de gênero que escapam da heteronormatividade binária são lidas como abjetas, dissidentes e precarizadas, sendo portanto, obliteradas de seus direitos de cidadania. Nesse sentido, é fundamental resgatar memórias, histórias, objetos, discursos e práticas de valorização da diversidade por meio de uma política de aliança entre corpos com diferentes marcadores sociais como gênero, raça, idade, classe social, deficiência, território entre outros. Visibilizar e protagonizar as diferenças de uma cultura é um importante passo em direção à uma sociedade que se pretenda democrática e cidadã.

Mediadores:

  • Cláudio Eduardo Resende Alves: Gestor de Políticas Públicas da Secretaria Municipal de Educação de BH – Núcleo de Educação, Cultura e Cidadania
  • Rebeca Cristina Lloyd: Gestora de Políticas Públicas da Secretaria Municipal de Educação de BH – Núcleo de Educação, Cultura e Cidadania.
  • Luciana Guimarães Freitas: Gestora de Políticas Públicas da Secretaria Municipal de Educação de BH. Diretoria de Educação Inclusiva e Diversidade Étnico-Racial.

MUSEU CASA ALPHONSUS DE GUIMARAENS | MARIANA

Roda de conversa “O mito como fabulação sobre a alteridade: conversa sobre dois contos de Nós: uma antologia de literatura indígena”

Data: 18 de setembro
Horário: 19h
Local: Casa de Cultura de Mariana – Academia Marianense de Letras, Ciências e Artes – Rua Frei Durão, 84, Mariana
Mediação: Beatriz Cristina

A roda de conversa terá início com a exploração do que sabemos sobre os indígenas e com o questionamento sobre o que aprendemos por meio da literatura indígena. Em seguida, serão discutidos os contos “Hariporia, a origem do açaí” e “Amor originário”, que fazem parte da obra “Nós: uma antologia de literatura indígena”. O foco principal da conversa estará nas representações de alteridade que se encontram nessas narrativas, abrangendo situações de crise e processos de transformação próprios da estrutura de fabulação do mito.

Beatriz Cristina é graduada em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP e atualmente está cursando o mestrado no Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos da Linguagem. Sua pesquisa tem o título “As ideias coladas no corpo desenham um mundo: cosmogonias ameríndias e afro-brasileiras em Nós: uma antologia de literatura indígena e Poemas para ler com palmas”.

MUSEU CASA GUIGNARD | OURO PRETO

Oficina Colorindo Guignard
Data: 18 a 24 de setembro de 2023
Horário: De terça a sexta, de 12h as 18h | Sábado e Domingo, de 9h as 15h
Local: Museu Casa Guignard – Rua Conde de Bobadela, 110, Ouro Preto

A oficina tem como proposta apresentar o universo guignardiano a partir da reprodução de algumas naturezas mortas para colorir. O objetivo é renovar o olhar sobre a obra do artista por meio das cores, construindo a percepção estética através da possibilidade de releituras dos participantes

PROGRAMAÇÃO COMPLETA DE PALESTRAS ONLINE

 Palestra: “Sexualidade, gênero, raça e classe nos museus brasileiros”
Data: 19 de setembro de 2023
Horário: 14h às 16h
Link de inscrição: https://www.sympla.com.br/17-primavera-de-museus—1909__2149337

Sobre: Qual é a matriz de sexualidade, gênero, raça e classe que vigora nos museus brasileiros? A partir desta problemática procura-se traçar um perfil dos museus e do pensamento museológico no país, de modo a propor um conjunto de estratégias Queer interseccionais interessadas na decolonialidade da memória e história brasileira.

Palestrante: Jean Baptista é pós-doutor pelo Institute for Gender, Sexuality and Feminist Studies (McGill University, Canadá), onde também foi professor visitante e bolsista Muriel Gold (2019), Doutor (2007), Mestre (2004), licenciado e bacharel (2001) em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Leciona no bacharelado em Museologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e orienta no Programa de Pós-graduação em Museologia da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (UHLT). É membro da Rede LGBTQIA+ de Memória e Museologia Social.

Palestra: “Os ‘outros’ que somos nós. Repensar coleções e diversificar memórias para reconstruir os museus”
Data: 20 de setembro de 2023
Horário: 15h às 17h
Link de inscrição: https://www.sympla.com.br/17-primavera-de-museus–semmg—2009__2150171

Sobre: “Os museus contemporâneos têm sofrido fortes pressões pela sua democratização, nas últimas décadas. Após serem discutidas as condições de acesso e as modalidades de serviços oferecidos por eles, o foco dos debates recaiu sobre a necessidade de diversificação das histórias e das narrativas de memória veiculadas em suas exposições. Desde a primeira década dos anos 2000, criticou-se fortemente o tipo de valores veiculados por instituições que baseavam seu trabalho na construção de macro identidades, que tendem a se sobrepor a grupos identitários menores e apagar as diferenças existentes nas sociedades em prol do fortalecimento de narrativas englobantes, como foi ocorrer nos museus nacionais e regionais.

Palestrante: René Lommez é curador, historiador da arte e professor do Bacharelado em Museologia da Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil); e líder do RARIORUM – Núcleo de História das Coleções e dos Museus. É professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação e do Programa de pós-graduação em História da UFMG; e orientador de pesquisa no Mestrado em Mercados da Arte do ISCTE/Universidade de Lisboa.

Palestra: Cartografia das memórias comunitárias LGBTQIA+
Data: 21 de setembro de 2023
Horário: 14h às 16h
Link de inscrição: https://www.sympla.com.br/17–primavera-de-museus–semmg—2109__2149340

Sobre: As pessoas LGBTQIA+ ao longo da história tiveram suas memórias invisibilizadas, garantindo a estes indivíduos o direito de não ter direitos. Refletiremos sobre os processos de invisibilização de apagamento dos indivíduos não normativos nos museus e espaços de memória e como isso estimula o preconceito e a violência. Queremos apresentar algumas estratégias comunitárias que vêm sendo desenvolvidas pela comunidade LGBTQIA+ brasileira. Por fim, esta atividade problematizará os limites e potencialidades das memórias dissidentes no território brasileiro.

Palestrante: Tony Boita é museólogo e psicanalista. Doutor em Comunicação (2022), Mestre em Antropologia (2017), Bacharel em Museologia (2015). É Especialista em Gestão Cultural (2019) e Psicanálise (2023). Participa e desenvolve projetos de ensino, pesquisa e extensão relacionados a populações vulneráveis brasileiras desde 2011. É editor da Revista Memórias LGBTQIA+ e articulador da Rede LGBTQIA+ de Memória e Museologia social.

Mesa: Kilombolismo – Ações e Articulações Para a Preservação dos Patrimônios Negros em Minas Gerais – Rede de Museologia Kilombola
Palestrantes: Vitú Medeiros e Aryane Peixoto
Data: 22 de setembro de 2023
Horário: 14h às 16h
Link de inscrição: https://www.sympla.com.br/17-primavera-de-museus–semmg—2209__2151121

Sobre: A palestra irá decorrer sobre práticas ocorridas dentro do território de Minas Gerais na preservação dos Patrimônios Negros e, em específico, o papel da Rede de Museologia Kilombola dentro dessas articulações, uma vez que o estado é o segundo território com maior número de comunidades quilombolas. Nesse encontro, iremos analisar o número de bens tombados registrados no Iepha e as notícias de crimes cometidos em comunidades tradicionais dentro do estado.

Vitú Medeiros é graduando em Museologia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Membro da Articulação da Rede de Museologia Kilombola e compõe o Comitê Internacional de Museologia no Brasil- ICOM BR, onde propõe o recorte racial nos debates e pesquisas das Ciências do Patrimônio e da Informação. Fotógrafo, documentarista, realiza os registros das tradições e manifestações populares afrobrasileiras em seu projeto ‘Nagôgrafia’, inserido na Produtora ‘OJÚ.ARTE’. Ganhador da 1° Edição do Prêmio Dona Generosa do Museu dos Quilombos e Favelas Urbanas – MUQUIFU, com a exposição NJILAS.

Aryane Peixoto é graduanda de Museologia e artista plástica amadora. Membra e articuladora da Rede de Museologia Kilombola. Foi estagiária voluntária no Museu de Favela (MUF), um museu comunitário e de território, que abrange as favelas do PPG (Pavão, Pavãozinho e Cantagalo) do Rio de Janeiro, onde participou do processo de elaboração e montagem da exposição “Canudos – Narrativas de Reexistência”. Atualmente, realiza estágio no setor de Museologia do Museu da República.