Recordações da Academia Catalana de Letras – Davinópolis, Goiás

A Academia Catalana de Letras recorda que, a cidade de Davinópolis surgiu de uma escola rural, bem afastada, construída pelo prefeito João Netto de Campos no seu primeiro mandato.

Era um grupo escolar distante, de difícil acesso, quase à beira do rio Paranaíba. No entanto, a edificação da ponte sobre o rio São Marcos, pelo prefeito Cyro Netto (e seu construtor José Marcelino), tornou o lugar mais frequentado. Tanto que, em menos de cinco anos, foram aparecendo casas em volta da pequena escola e o local ficou conhecido como Povoado da Barra. Nesse povoado, que logo virou distrito, nasceu Amado Batista, em 1951, filho de um casal de trabalhadores rurais da região. Amado, um dos 12 filhos do casal, se tornou um cantor e compositor da música brega, muito popular no país.

Em novembro de 1963, o Distrito da Barra foi emancipado, virando cidade independente com o nome de Davinópolis. O nome foi em homenagem à família de José David de Souza e sua mulher, Dorcilia Cândida de Jesus, que haviam doado um terreno de de 10.000 m2 para a prefeitura de Catalão construir a escola rural em 1948. Hoje Davinópolis tem 2.094 habitantes e continua uma típica cidade voltada para atividades rurais. Porém, com a implantação da Usina Serra do Facão, o município passou a ostentar uma renda per capita bastante alta com relação a cidades do mesmo porte.

O cantor e compositor Amado Batista diz que nasceu em Catalão. Está correto porque o distrito de Davinópolis pertencia ao município de Catalão.

A propósito, Amado Batista nasceu de uma família muito humilde e saiu daqui muito novo. Com o falecimento de seu pai, em 1965, sua mãe e os filhos foram para Goiânia em busca de novas oportunidades de trabalho. Amado, o mais novo dos filhos homens, tinha 14 anos. Trabalhou como catador de lixo em ruas da capital, faxineiro em lojas comerciais e outras ocupações menos qualificadas. Era um sujeito bastante caipira e, ao mesmo tempo, muito trabalhador e popular. Gostava de música, tanto que aprendeu violão aos 15 anos de idade. Trabalhando em uma livraria, juntou uma pequena quantia de dinheiro e abriu uma lojinha de discos em Campinas, bairro de Goiânia. Nessa livraria facilitava o acesso de intelectuais e políticos a livros proibidos pela ditadura, sendo preso e torturado por dois meses pela polícia federal. Quando saiu da prisão, pensou em largar tudo e virar mendigo e andarilho. Mas, Amado Batista foi se acalmando e expandindo suas atividades fonográficas. Travou relações com vários cantores da época e queria viver como eles, fazendo shows pelo país. Chegou a gravar um disco, em 1975, que foi um verdadeiro fracasso. Mas, não desanimou. Depois de muita dedicação e insistência, fez uma canção chamada “Desisto” e retornou às gravações. Ironicamente o pequeno compacto vendeu um milhão de cópias. Estourou no programa do Chacrinha, ganhou inúmeros prêmios (inclusive um disco de diamante), tornando-se amigo de Roberto Carlos, Jerry Adriani, Giliard, Sérgio Reis, Silvio Brito e outros artistas.

O sucesso continua para Amado Batista. Muitos moradores de Davinópolis ainda têm orgulho do conterrâneo Amado Batista e apontam, até hoje, a casa em que morou com a família naquele município.

FOTO: Construção da ponte São Marcos. 1953.

FOTO: Vista do centro de Davinópolis

FOTO: Cantor Amado Batista

Luís Estevam

 

 

 

 

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