Recordações da Academia Catalana de Letras – Maria das Dores Campos (Dona Mariazinha)

A Academia Catalana de Letras reconhece que, uma das grandes personalidades, que atuou como professora em Catalão, foi Maria das Dores Campos, conhecida como Dona Mariazinha. Durante mais de meio século ela trabalhou, simultaneamente, nos principais estabelecimentos de ensino da cidade. Maria das Dores nasceu em 1911 e fez seus primeiros estudos em Goiandira que, nessa época, ainda pertencia ao município de Catalão. Trabalhou, quando adolescente, como auxiliar de escritório na firma de representações de Antonio Salles , em uma época em que mulheres ainda não costumavam trabalhar fora. Dizia ela que, sempre teve de buscar meios de engordar o seu orçamento mensal. Morava com a família em uma bela casa na avenida principal, mas o seu pai, Lourival Álvares de Campos, viveu grande parte da vida com o salário da Agência Estatística Municipal. Além do que, ao falecer em 1975, Lourival deixou 11 filhos, a maioria ainda sem trabalho e rendimento.

Maria das Dores ingressou, em 1928, como aluna interna no Colégio Mãe de Deus, onde fez o curso normal. A partir de 1930, lecionou naquele estabelecimento até 1965. Ao mesmo tempo deu aulas no São Bernardino de Siena, desde 1948, quando ainda se chamava Colégio Presidente Roosevelt. Lecionou também na Fundação Wagner Estelita Campos, Colégio Anchieta, de 1961 a 1976. Por fim, encerrou sua longa jornada comemorando jubileu de ouro, em 1978, no Colégio Estadual João Netto de Campos, quando se aposentou. Exerceu também outras atividades profissionais. Criou e manteve uma escola de ballet para crianças e ensinou bordado, tricô e outros trabalhos manuais por dois anos. A sua melhor performance, como professora, se deu no campo da história, geografia e no francês. Deixou dois livros publicados, ao falecer em 1993. Um sobre a vida de personalidades catalanas (Gente Nossa) e outro de análises estatísticas sobre Catalão (Estudo Histórico e Geográfico). Escreveu crônicas sobre a vida da cidade, principalmente as tradições e manifestações populares. Inclusive, insistiu muito para que os padres católicos respeitassem e se engajassem na cultura de Catalão, nas festas de São João e N. S. do Rosário. A professora achava que os moradores de Catalão deveriam ser respeitados em todas as manifestações tradicionais.

Dona Mariazinha era uma pessoa muito querida e integrada na vida social da cidade. Foi madrinha do Crac desde a fundação do clube em 1931 e, de resto, adorava plantações em jardins, hortaliças e cultivo de árvores frutíferas. Registrou que: “Não me sinto bem no dia em que não planto ou cuido de uma planta”. A planta maior, que Catalão cultiva, é o seu admirável nome na Fundação Cultural Maria das Dores Campos.

Luís Estevam

 

 

 

 

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